Quase 99% dos alimentos vegetais consumidos pelos brasileiros estão livres de resíduos de agrotóxicos que podem oferecer risco à saúde humana, segundo relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado nesta sexta-feira, dia 25, em Brasília.
Ao todo, 12 mil amostras de 25 produtos foram coletadas entre 2013 e 2015. Os itens representam 70% da dieta vegetal do brasileiro. Entre os produtos que mais apresentaram risco estão a laranja, que teve 12% das amostras reprovadas, e o abacaxi, com 5% de reprovação. O principal motivo é a contaminação pelo agrotóxico carbofurano.
“Como os resíduos de agrotóxicos geralmente estão na casca, a retirada da casca já ajuda a reduzir. Com o cálculo do risco de intoxicação aguda também fica mais clara aqueles produtos onde está havendo, nitidamente, por parte de alguns produtores, pelo menos, um uso excessivo ou uma aplicação inadequada, o que é perigoso tanto para o agricultor que está utilizando, tanto para quem consome”, disse o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.
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As irregularidades relacionadas aos limites máximos de resíduos e o uso de produtos não autorizados para determinada cultura são apontadas separadamente. Entre todo o material coletado, 20% das amostras foram consideradas insatisfatórias. Deste montante, mais de 16% são de agrotóxicos que não são autorizados e menos de 4% por ultrapassarem os limites permitidos.
“A maior preocupação é quando, na verdade, o resíduo de agrotóxico está muito acima do permitido. O que nós temos muitas vezes é que pequenas culturas ou que culturas que não têm um interesse econômico, os produtores de agrotóxicos não têm interesse de registrar o produto, fazer todos os testes que são obrigatórios para que seja autorizado o uso naquela cultura”, completou Jarbas.
A reavaliação dos herbicidas glifosato, paraquat e 2-4d, que estão sob análise da Anvisa, também foi comentada. Os produtos entraram em uma lista de 14 agroquímicos que podem ser banidos ou autorizados definitivamente. Oito deles já foram contemplados, mas os três que mais interessam ao agricultor só devem ser revistos no ano que vem. “Nós acreditamos que, até o ano de 2017, nós concluiremos toda essa lista de avaliação que já foi iniciada”, finalizou.
