Segundo a Abare, o nível de produção do Brasil depende da extensão da quantidade de cana-de-açúcar que for direcionada para a produção de etanol. A produção de cana-de-açúcar brasileira deve aumentar 8% em 2009/10, enquanto a de açúcar deve aumentar 12,5%, atingindo um nível recorde de 45 milhões de toneladas.
O incremento reflete a maior parcela destinada à commodity no mix produtivo, que deverá crescer para 44%, o primeiro aumento desde 2002/03, e comparado com os 39% da temporada anterior. Os preços domésticos e de exportação do açúcar deverão aumentar em 2009/10, alinhados com as expectativas de aumentos nos preços internacionais do petróleo. O crescimento da produção brasileira se confirmará apesar da previsão de chuvas acima da média durante a primavera, o que reduzirá o teor de açúcar na cana.
Na Índia, as chuvas de monção ficaram 21% abaixo da média, e os produtores estão desmotivados por fatores como atrasos nos pagamentos, o que indica um crescimento apenas moderado na produção local, depois da acentuada queda em 2008/09. A produção de açúcar da Índia poderá aumentar para 18 milhões de toneladas em 2009/10, crescimento de 1,2 milhão de toneladas na comparação com 2008/09, e ainda 12,7 milhões de toneladas abaixo do recorde de 2006/07.
O consumo mundial de açúcar deverá crescer 1,4% em 2009/10, para 165,2 milhões de toneladas, um índice levemente superior ao visto em 2008/09 (1%), por conta da esperada recuperação na demanda a partir da retomada da economia mundial. No entanto, a taxa de crescimento ficará bem abaixo da média de 2,5% dos últimos 10 anos até 2008/09.
As exportações mundiais de açúcar deverão atingir 51,9 milhões de toneladas em 2009/10, acima do recorde de 50,9 milhões de toneladas obtido em 2008/09, apesar das evidências que os altos preços estão diminuindo as importações em alguns países.
Segundo a Abare, os atuais níveis do comércio mundial de açúcar refletem o déficit de oferta na Índia em 2008/09 e o aumento da dependência da União Européia em relação às importações. No entanto, segundo a entidade, a incremento nas importações européias e indianas será compensado pelos aumentos das exportações brasileiras.