O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, confirmou nesta segunda-feira, dia 28, que o governo pretende lançar um plano nacional de desenvolvimento do setor de biocombustíveis, o Renova Bio. O objetivo é fazer uma parceria com o setor sucroenergético para praticamente dobrar a produção de etanol nos próximos 15 anos, aumentando 20 bilhões de litros por safra. A declaração foi feita durante o Unica Fórum, que reuniu agentes da cadeia em São Paulo.
O Brasil produz em média 30 bilhões de litros de etanol por safra. Vinte por cento disso é exportado, atendendo a 30% da demanda do mercado internacional de biocombustíveis. Mas as empresas do setor querem mais: pegar carona no compromisso mundial por menos emissões de gases poluentes e transformar o etanol no combustível do futuro.
De acordo com a presidente-executiva da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, as discussões que apontam para a eletrificação dos transportes não faz sentido em um país como o Brasil, em que há um combustível que reduz 90% das emissões. “E que pode chegar a 100%, se você considerar o etanol de segunda geração. (Isso) Está pronto, tem infraestrutura, tem uma frota de 25 milhões de veículos. Quantos veículos elétricos nós vamos ter daqui a dez anos?”, indaga.
Segundo Fernando Coelho Filho, um grande fórum será realizado no Ministério de Minas e Energia em 13 de dezembro, para escutar as demandas do setor de combustíveis renováveis. Dessa forma, afirma, todos os players da cadeia produtiva possam dar sua contribuição para o Renova Bio. “É um plano nacional, formulador de política, dando a tranquilidade e previsibilidade (necessários) para que os investidores possam tomar a decisão de fazer os investimentos”, disse.
A intenção do governo de participar da discussão sobre a nova matriz energética do país foi recebida com entusiasmo pelos participantes do Unica Fórum. Sobretudo pela iniciativa privada, que há cinco anos vive uma das piores crises da história. “Acho que é um passo fundamental pra que a gente possa estabelecer um cronograma para o cumprimento do acordo de Paris”, disse o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha.