A transposição do rio São Francisco será essencial para a agricultura irrigada no Nordeste, avaliou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, em audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado (CI), na última quarta-feira, dia 30.
Serão construídos 477 quilômetros nos eixos Norte e Leste para levar água a cinco Estados: Bahia, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Segundo o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, o eixo Leste deve ficar pronto ainda neste mês e começa a transportar água a partir de fevereiro. A previsão de término do Eixo Norte, onde está o Ceará, é para dezembro de 2017.
Para o presidente da Faec, a transposição resolverá o problema da baixa reserva hídrica que preocupa produtores e causa prejuízo ao setor em alguns destes estados. No Ceará, por exemplo, o baixo volume de água disponível nos reservatórios fez o Estado adotar o racionamento e priorizar o consumo humano. “A interrupção das obras em um dos eixos construídos para levar água para o Ceará é um sinal de alerta”, disse Saboya. “Podemos praticamente ficar sem água no primeiro semestre do ano que vem”. Uma nova licitação está marcada para este mês para tratar o assunto.
Participaram dos debates o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Mesquita de Faria, o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco, José Almir Cirilo, e o secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Azevedo Lins Filho.
Também acompanhou a audiência pública o assessor técnico da Comissão Nacional da Região Nordeste da CNA, Joaci Medeiros.