Oferta de ovinos não corresponde à demanda do mercado

Maior procura faz o preço disparar, e a arroba do cordeiro chega a quase R$ 300

Fonte: Divulgação/Pixabay

O setor de ovinos tem crescido nos últimos anos. Apesar disso, o rebanho nacional não consegue atender toda a demanda interna. A maior procura pelo produto tem feito o preço subir, e a arroba do cordeiro chega a quase R$ 300.

O rebanho brasileiro de ovinos é composto por aproximadamente 18 milhões de cabeças e registrou crescimento acentuado nos últimos anos. Mesmo assim, o plantel não é suficiente para atender toda a demanda interna. 

No ano passado, o Brasil produziu aproximadamente oitenta e cinco mil toneladas de carne ovina e importou onze mil. Para o presidente da associação brasileira dos criadores de ovinos, uma das grandes dificuldades do setor são os abates informais.

As raças dorper e white dorper são as mais utilizadas para a produção de carne. Na fazenda do criador Katmusi Okomori, na região do triângulo mineiro, o rebanho é composto por quase três mil animais destas variedades. A especialidade do criatório é produzir borregos de corte. Em média, são enviados para o abate cerca de cem animais por mês.

O produtor explica que optou pelas raças pois estas possuem muita gordura entremeada e uma precocipada maior em relação a outras raças como o santa inês. Como se adaptaram bem a região, que sofre com variações de clima acentuadas, ele acredita que foi a melhor opção. 
O ciclo de engorda destas raças é de quatro meses, os animais vão para o abate com peso médio de quarenta quilos. Na ovinocultura não existe a fase da recria. Após a desmama, os borregos seguem direto para a etapa de terminação.

O especialista em reprodução de ovinos Cassiu Sena explica como uma dieta correta auxilia o produtor a chegar neste período, “uma dieta bem balanceada com taxas de fibra bruta com até 10%, o restante em grãos com núcleo mineral, vai conseguir uma média de 300g a 350g por dia de ganho de peso, o que é uma média muito boa”. Um cordeiro come, em média, 3,5% de seu peso em matéria seca. 

A produção anual da fazenda é de cerca de mil e oitocentos borregos e a maior parte é enviada para São Paulo. Okomori afirma que a procura tem crescido nos últimos anos e, muitas vezes, ele não consegue atender toda a demanda do mercado. O preço também está maior este ano, a arroba do cordeiro está valendo, em média, R$280.