Soja: mercado está de olho nos juros dos EUA

Cotações no exterior se acomodaram e apenas mudança nos juros do Tesouro norte-americano poderiam dar fôlego às negociações deste fim de ano

Fonte: Marisa Yuri Horikawa/Embrapa

O mercado começa a entrar no ritmo de fim de ano, isso significa movimento mais técnico dos investidores. Ou seja, apenas decisões mais voltadas para a lógica do mercado acionário e poucos fundamentos de oferta e demanda. De acordo com o analista de mercado Vlamir Brandalizze os investidores diminuíram o ritmo e o mercado está se acomodando.

Um fator que pode alterar o patamar atual e favorecer o produtor brasileiro é se o Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos Estados Unidos, aumentar a taxa de juros do tesouro americano. Isso poderia provocar valorização do dólar ao redor do mundo, melhorando os preços praticados no Brasil. Na Bolsa de Chicago (CBOT), a soja encerrou o dia em baixa com a melhora do clima na Argentina.

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Janeiro/17: 10,28 (-3,00 centavos)
Março/17: 10,39 (-3,00 centavos)

Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 76,00
Cascavel (PR): 74,50
Rondonópolis (MT): 68,50
Dourados (MS): 71,50
Porto de Paranaguá (PR): 79,00
Porto de Rio Grande (RS): 78,50

Milho

O milho fechou a terça-feira perto da estabilidade na Bolsa de Chicago (CBOT). A alta do petróleo influenciou os negócios. Com o avanço do petróleo, melhora a competitividade relativa do etanol, que é feito principalmente com milho norte-americano Fabricantes do biocombustível no país consomem cerca de um terço da safra doméstica do grão.

No Brasil, a expectativa é de uma segunda safra cheia e com preços menores. Em entrevista ao Mercado e Companhia desta quarta-feira, o analista da Safras&Mercado alertou que a tendência é de excedente do cereal no mercado, o que forçaria a exportações com preços menores.

“Se não temos uma exportação forte, o produto encalha e não há demanda interna para absorver esse volume. Pela trajetória de safra, vamos ter exportação a preços menores. Para os consumidores, 2017 vai ser mais calmo que 2016”, argumenta.

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Março/17: 16: 3,61 (+0,50 centavos)
Maio/17: 3,67 (+0,50 centavos)

Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 42,00
Paraná: 35,00
Campinas (SP): 40,00
Mato Grosso: 27,00
Porto de Santos (SP): 32,50
Porto de Paranaguá (PR): 32,50

Café

O café arábica fechou em alta nesta terça-feira na Bolsa de Nova York. A alta foi justiçada pelo enfraquecimento do dólar ante o real, o que tira a competitividade das exportações brasileiras. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial da commodity e a valorização da moeda norte-americana tende a menor oferta no mercado internacional e cotações maiores.

Café arábica em Nova York (centavos por libra-peso)
Março/17: 142,85 (+0,85 pontos)
Maio/17: 145,10 (+0,85 pontos)

Café no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Arábica/bebida boa – Sul de MG: 515-520
Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: 520-525
Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: 465-470
Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): 480-483

Dólar e Bovespa

O dólar comercial recuou 0,62%, cotado em R$ 3,326. Já o índice Bovespa subiu 0,17%, aos 50.280 pontos.