A produção brasileira de vinhos e espumantes melhorou nos últimos anos com os investimentos das vinícolas em estruturas, tecnologia e novas variedades de uva. O ganho principal foi em qualidade, o que garantiu o início das exportações desses produtos para países como Estados Unidos e China, além da Europa. Apesar disso, o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e os preços praticados por comerciantes ainda tiram a competitividade das bebidas nacionais ante as importadas.
Essa é a avaliação do deputado federal Mauro Pereira (PMDB/RS), coordenador da Frente Parlamentar de Defesa e Valorização da Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e seus Derivados. Ele é o entrevistado deste domingo de Natal, 25 de dezembro, do programa Direto ao Ponto.
Segundo o parlamentar, a elevação da alíquota do IPI para 10% afetou fortemente a produção de vinhos e espumantes. Ele classificou de “covardia” a oneração já que produtos importados recebem diversos benefícios fiscais e acabam ficando até mais baratos que os nacionais. Para Mauro Pereira, a expansão desse mercado também depende do bom senso e do apoio das redes de supermercados e restaurantes. “Preço é falta de respeito dos comerciantes. Além dos impostos, comerciante também explora”.
O deputado também indicou que o setor vitivinícola precisa de investimentos em marketing para melhorar a imagem e convencer o público consumidor da melhoria na qualidade dos produtos brasileiros. A atuação do Governo Federal e do Ministério do Turismo também pode ser decisiva para incentivar o consumo e a visita às regiões produtoras, como a Serra Gaúcha.
Safra 2016/2017
As perspectivas para a safra 2016/2017 são boas, segundo Mauro Pereira. No Sul, onde os produtores dependem muito do clima, as uvas se desenvolvem bem e devem apresentar boa qualidade. Já no Nordeste, que tem destaque na produção de uva de mesa e começa a produzir vinhos agora, a irrigação deve manter o padrão das frutas e das bebidas.