As exportações agropecuárias do Brasil somaram US$ 78,8 bilhões, de janeiro a novembro, valor 3% menor que o obtido no mesmo intervalo do ano passado. Dos cinco principais produtos da balança, só o complexo sucroalcooleiro conseguiu ampliar as vendas ao exterior, os demais, soja, carnes, produtos florestais e café amargaram retrações, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De 2009 a 2013 as exportações brasileiras não registraram nenhuma queda sequer, tanto em volume embarcado, quanto em valores. Foram anos em que o agronegócio do país, independente da crise financeira vivida no mundo, crescia e ganhava cada vez mais espaço. Entretanto, o cenário é diferente agora e já é certo que as vendas ao exterior irão acumular a terceira queda consecutiva em 2016.
Dos cinco principais produtos exportados pelo Brasil, só um fechará o ano com incremento em suas receitas, o açúcar. Nos primeiros onze meses do ano, as vendas do complexo sucroalcooleiro somaram US$ 10,1 bilhões, alta de 34,6% se comparado aos US$ 7,5 bilhões registrados no ano anterior. Deste total, o açúcar foi principal produto embarcado, representando 92% desta receita, muito por causa das altas cotações que animaram os vendedores, ressalta a Secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, do Mapa.
O complexo soja segue (com muita vantagem) na liderança entre os produtos que mais arrecadam com as exportações. De janeiro a novembro as vendas deste segmento somaram US$ 24,7 bilhões, queda de 8,8% se comparado ao mesmo período de 2015. A pesar de se manter como líder em arrecadação no país, nos primeiros onze meses deste ano, a participação do complexo também caiu chegando a 31,35%, a pior desde 2013.
Na segunda colocação, com 16,5% de participação vêm as carnes, que renderam US$ 13 bilhões aos cofres brasileiros. Este valor representa uma pequena queda de 3%, ante o ano anterior. As exportações de carne bovina somaram US$ 4,8 bilhões, com o volume de 1,2 milhões de toneladas. Já o frango rendeu US$ 6,1 bilhões com a venda de 3,4 milhões de toneladas. Tanto os bovinos quanto as aves registraram retração nos valores obtidos em 2016. A única proteína na contramão são os suínos, que fecharam os primeiros 11 meses do ano com um acréscimo de 35% no volume e 18% na renda, que ajudou o setor a ainda ter esperança de pelo menos empatar com o ano anterior ao final de 12 meses.
Os produtos florestais, como papel e celulose é outro setor que ainda sonha em fechar no azul este ano. De janeiro a novembro as vendas do setor totalizaram US$ 9,2 bilhões, queda de 2,1% ante os US$ 9,4 bilhões de 2015.
Na quinta e última posição vem o café, que registrou a maior redução entre os itens descritos. No período acumulado, o segmento embarcou 1,7 milhão de toneladas, que renderam um valor de US$ 4,8 bilhões aos cofres brasileiros, queda de 14,2% se comparado aos US$ 5,6 bilhões de 2015. A razão para isso é a falta do produto no país, com queda de produção e bianualidade (quando a cultura tem uma produção maior em um ano e menor no seguinte) Atualmente o país estuda importar o grão para compor a oferta da indústria nacional.
Fora dos holofotes e das posições de destaque está o milho, que exportou 20,8 milhões de toneladas, no período destacado anteriormente, contra as 22,6 milhões de toneladas do ano passado. Apesar da quantidade, a receita obtida com estas vendas é bem menor, devido ao valor do produto e somaram US$ 3,4 bilhões, queda de 12%.