O estudo resultou na publicação do livro “Instrumentos Econômicos para a Proteção da Amazônia ? A experiência do polo industrial da Manaus”, dos pesquisadores José Aroudo Mota, Alexandre Almir Rivas e José Alberto da Costa Machado.
O livro foi tema da audiência pública na Câmara dos Deputados promovida nesta semana pelas comissões da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; da comissão Mista de Mudanças Climáticas e da Frente Parlamentar Ambientalista.
José Aroudo é coordenador de Meio Ambiente da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos do Ipea; Alexandre Rivas responde pela coordenação geral do Projeto Piatam; e Costa Machado é pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Emissões de carbono
Segundo José Alberto da Costa Machado, o valor das emissões de carbono ? causadoras do aquecimento global ? que foram evitadas na região chega a 10 bilhões de dólares. O pesquisador destacou que o polo reúne mais de 500 empresas pouco demandantes de recursos naturais.
Além deste aspecto, José Alberto Machado atribui os efeitos positivos do polo industrial de Manaus à geração de emprego e renda.
? Sem o polo, as pessoas estariam derrubando árvores para retirar madeira, para fazer plantações de mandioca, de milho, de soja, criação de gado e para várias outras coisas. Quer dizer, sem o polo, as pessoas teriam que sobreviver e para sobreviver vão usar o recurso natural ? explica.
Para chegar aos cálculos reunidos na publicação, foram levados em conta os impactos ambientais na região Norte das atividades de pecuária e madeireiras, em relação aos dados demográficos e aos investimentos públicos realizados pelos municípios.
O economista da Federação das Indústrias do Amazonas Gilmar de Oliveira Freitas disse que esse estudo foi importante para demonstrar com dados científicos os benefícios do polo industrial na preservação da região.
Certificado de excelência
Além dos efeitos positivos do polo industrial de Manaus sobre a redução do desmatamento, o estudo sugere a criação de um selo. A ideia é certificar as empresas que se preocupam com a preservação da Amazônia.
Para conquistar o certificado de excelência as empresas teriam de preencher requisitos dentro de política públicas nas áreas ambiental, desenvolvimento regional, social e de educação.