Esse desempenho constará do próximo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), a ser divulgado entre esta terça, dia 29, e quarta, 30, segundo antecipou o diretor adjunto desse organismo, Murilo Portugal.
? O Brasil está liderando a retomada do crescimento na América Latina, graças à força da sua economia, a solidez de seus bancos e as políticas econômicas que foram adotadas para enfrentar a crise. O país vinha implementando boas políticas como o câmbio flutuante, a responsabilidade fiscal e algum controle da inflação ? justifica o dirigente.
O risco atual, segundo ele, seria a possibilidade de uma retração expressiva do comércio mundial, fato que ele não acredita que venha a ocorrer, embora exista a previsão de que o problema do desemprego vá persistir por mais tempo nos países desenvolvidos.
Pelas projeções do FMI e que também vão estar no próximo relatório, conforme adiantou, esse organismo reviu as previsões de crescimento da economia mundial que deve atingir 3%, no ano que vem, taxa acima da previsão anterior (2,5%).
Ele observou que os dados indicam a retomada do crescimento mundial de forma gradual e que se deve muito mais a reposição de estoques da indústria de transformação do que à reação do consumo.
Segundo Portugal, os bancos ainda não estão com capacidade plena de aumentar seus empréstimos. Diante disso, ele recomenda que sejam mantidas as políticas de estímulos fiscais e de apoio ao sistema monetário.
Na previsão dele, o Brasil está em condições mais favoráveis do que o resto do mundo para reagir aos efeitos da crise.
? Acho que o Brasil no ano que vem vai crescer mais rápido e mais forte do que a economia mundial ? avalia Murilo Portugal.
O dirigente classificou de “muito importante” o consenso definido, na semana passada, durante o encontro dos países do G20 nos Estados Unidos. Os países emergentes passarão a ter mais influência de votos no FMI, com a transferência de 5% das cotas junto a esse organismo.
? Isso significa que esses países exercerão maior influência e se, eventualmente, caso haja a necessidade de tomar empréstimos [junto ao FMI], o que não é o caso do Brasil, eles são relacionados à quantidade de cotas que cada país têm ? esclarece.
Portugal informou ainda que os aportes de recursos para os países emergentes evoluíram, passando de US$ 14 bilhões, em 2007, para US$ 160 bilhões, desde setembro do ano passado. Além disso, foram criadas linhas de crédito para socorrer países em medidas preventivas, como foram os casos do México, Colômbia e Polônia.