A semana começou com cotação em alta para a carne suína. A demanda externa contribuiu para que a cotação da arroba suína mantivesse o mesmo patamar de dezembro que é considerada a melhor época do ano para o setor.
A reação no preço da arroba suína surpreendeu até mesmo os criadores. Uma alta atípica para o mês de janeiro, mas muito comemorada. A cotação da arroba suína atingiu R$ 90,00 na última semana de janeiro, mesmo valor praticado em dezembro. De acordo com o empresário Pedro Gabone, dono de um frigorífico, está difícil encontrar animais para cumprir as escalas de abates.
“Neste momento, estamos com falta de animais vivos para o abate e, por isso, estamos em busca de animais em outros estados. No meu caso, animais abatidos”, afirmou.
A demanda aquecida do mercado externo é um dos motivos segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos. “Houve um aumento do volume das exportações em 2016. Nós crescemos bastante no volume. E crescemos também na oferta de animais no final do ano já que o preço era atrativo os suinocultores conseguiram vender o máximo possível”, conta Valdomiro Ferreira Júnior.
As exportações de carne suína em 2016 deram um fôlego para o setor diante da retração do consumo no mercado interno. O volume exportado aumentou 32% e a receita foi 16% maior. E a expectativa de abertura de novos mercados em 2017 anima os suinocultores.
“A expectativa do mercado externo é muito pontual e interessante. As perspectivas de abertura para Coréia. E esse novo cenário imposto pelo novo presidente americano nos dá um sinal de alerta. Que possíveis mercados que os americanos estão fechando nós podemos entrar nesses mercados: Nafta, México, bloco oriental. Estamos olhando a curto prazo as exportações brasileiras e um grande cenário para 2017”, aumenta Valdomiro Ferreira Júnior.
Na ponta do lápis, a alta no preço traz um pouco de alívio para as contas o produtor. O custo para produzir uma arroba de suíno hoje é de R$ 75, já levando em conta os custos com alimentação e câmbio. “Na realidade nós não sabemos por quanto tempo vai ser essa alta. E se você avaliar o que temos períodos muito grandes de não lucro e até perder uma alta de 15 dias não resolve a questão financeira do que já perdemos”, afirma o suinocultor Antonio Ianni.