O começo do mês não trouxe melhora para as vendas. Até agora, o mercado de carne bovina de 2017 segue sem grandes perspectivas de alta. São cinco semanas de quedas de preços, mais de 6,0% de desvalorização acumulada no período. Apenas nos últimos sete dias o recuo foi de 1,93%, em média.
As maiores quedas quase sempre vêm da carne de traseiro, produto normalmente mais caro que o dianteiro e, portanto, menos demandado em períodos de renda restrita como o atual.
Os preços atuais dos cortes geram uma perda real de receita ao frigorífico de 12,0% frente ao mesmo período de 2016 e de 4,6% em relação a 2015. Ou seja, em dois anos as indústrias não conseguiram sequer reajustar seus preços nominais a ponto de anular as perdas impostas pela inflação (IPCA) neste período.
O IPCA-15 de janeiro, índice de inflação aferido entre a segunda quinzena do mês anterior e primeira metade do mês de referência (janeiro de 2017) ficou em 0,31%, o menor valor desde 2001. Embora seja positivo para o poder de compra da população, sem crescimento econômico, sozinho este recuo não pode alavancar as vendas no varejo.
Sem incremento nas vendas, não há retenção de oferta por parte do pecuarista ou qualquer outra estratégia capaz de fazer com que o mercado do boi gordo ganhe força.