Café: pedido para importação já está com a Camex, diz Blairo Maggi

Ministro afirma que, neste momento, é importante flexibilizar procedimentos, utilizando cotas para aquisições

Fonte: Pixabay

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta segunda-feira, dia 13, em Uberaba (MG) ter encaminhado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), na última sexta-feira, dia 10, pedido de autorização para importação de café conilon. “Agora é com o conselho”, disse após participar da I Conferência Internacional de Desenvolvimento Econômico e Erradicação da Pobreza por meio da Agricultura (CPLP). “Particularmente, entendo que é necessário, neste momento, flexibilizar um pouco. E dentro de cotas; não é uma liberação”, afirma. A importação de café é uma demanda da indústria. Já o setor produtivo, em especial do Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, é contra e tem se articulado para evitar a medida. Maggi disse que produtores afirmam ter produto em estoque, mas não ofertam ao mercado.

“O governo vem estudando o assunto há algum tempo. Há divergências de números, entre o que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra ao ministério e o que os produtores dizem ter”, comentou Maggi, em Uberaba (MG). “Confio nos departamentos do Estado. Já na sexta-feira encaminhei o expediente à Camex.” O ministério defende a importação de um total de 1 milhão de sacas de café conilon até maio, ou 250 mil sacas por mês a partir de fevereiro. 

O pedido de autorização para importar café havia sido adiado no início da semana passada, após pressão dos produtores do Espírito Santo, que alegavam ter em estoque 4 milhões de sacas. A Conab estimava um estoque na casa dos 2 milhões. O ministério aguardou até a última sexta-feira para que os produtores comprovassem a quantidade estocada. “A vontade é apenas que a indústria brasileira sobreviva ao momento; não há agricultura forte sem a agroindústria forte”, disse o ministro. “Se você olhar os números de exportação de café nos meses de janeiro e fevereiro, principalmente, de café industrializado, que já passou pela indústria, vai ver que os números são muito diferentes, que as quedas são significativas”, acrescentou. 

Segundo ele, o que acontece nesta segunda-feira com o café já ocorreu no passado com a soja e o milho, quando a queda da safra prejudicou o produto final. “Cabe ao governo sempre olhar como minimizar isso. Não vou deixar de tomar as decisões que o governo entende como certas e que devem ser tomadas para a sustentabilidade da nossa agricultura”, disse.

Durante encontro com lideranças do setor leiteiro de Minas Gerais, o ministro afirmou que a importação de café é necessária para impedir que as indústrias não encerrem as atividades.  “Nós já enviamos à Camex o documento para importação, mas a decisão final não é do Ministério da Agricultura, mas sim da Camex”, afirmou Maggi.  Ainda segundo o ministro, os primeiros lotes de café vindos da Ásia podem demorar até 60 dias. “Nós temos que criar as condições, mas é o mercado que vai decidir qual a intensidade dessa demanda”, disse o ministro.