O mercado de carne bovina segue sua trajetória de baixa no atacado. Nada de alta de preços ou de, pelo menos, estabilidade semanal no mercado de carne bovina sem osso em 2017. Desde o começo de janeiro, os cortes estão 8% mais baratos, em média.
Embora a queda mais forte no período, de 9%, seja do traseiro, produtos que normalmente são “mais caros” e, portanto, menos procurados quando a situação de renda se complica, o comportamento de preços do dianteiro, com queda de 4%, indica que nada tem sido fácil de vender. Nem mesmo frango, cuja carne vendida nos frigoríficos caiu 12% este ano.
As indústrias, porém, em termos de margem de comercialização, têm passado por este período sem grandes problemas.
Entre o que se paga pelo boi e o que se recebe na indústria sobra pouco mais de 22%. Isso é maior que a média histórica. A arroba, também em queda, auxilia este indicador, desalinhado com a situação de consumo.
A demanda externa também não tem ajudado. O resultado parcial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços apresentou recuo de quase 20% no embarque diário de carne in natura até a terceira semana de fevereiro.
Aos produtores, atenção a estes números, a este cenário de vendas. Isso ditará os rumos do mercado este ano.