As exportações brasileiras do complexo soja somaram 4,296 milhões de toneladas em fevereiro, com receita de US$ 1,705 bilhão. Em relação a igual período de 2016, o aumento foi de 47,16% em volume e 66,07% em receita. Já ante janeiro, houve incremento de 80,91% em volume e 78,03% em receita. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, dia 2, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). A colheita está mais adiantada do que no ano passado no Brasil, com o ritmo acelerado em Mato Grosso, apesar do atraso no Paraná. Com isso, os embarques de soja ao exterior se intensificaram em fevereiro.
No acumulado do ano, as exportações do complexo somam 6,67 milhões de toneladas e US$ 2,662 bilhões. Nos primeiros dois meses de 2016, o Brasil havia embarcado 4,566 milhões de toneladas e US$ 1,640 bilhão.
As exportações de soja em grão somaram 3,509 milhões de toneladas em fevereiro. Na comparação com igual período de 2016, quando foram embarcadas 2,036 milhões de toneladas, o aumento chegou a 72,30%. A receita com as vendas externas do grão atingiu US$ 1,404 bilhão, incremento de 96,31% em relação a fevereiro do ano passado (US$ 715,3 milhões). Na comparação com janeiro, as exportações aumentaram 284,89% em volume e 284,92% em receita. O preço médio do produto exportado foi de US$ 400,1/tonelada, estável ante janeiro, mas abaixo dos US$ 715,3 por tonelada de fevereiro do ano passado.
No farelo de soja, o volume exportado somou 711.100 toneladas em fevereiro, queda de 15,16% em relação a igual período de 2016, quando o Brasil enviou ao exterior 838.200 toneladas. Ante janeiro, o recuo foi de 48,90%. A receita de exportação em fevereiro totalizou US$ 240,4 milhões. O valor significa queda de 14,45% em relação aos US$ 281,0 milhões obtidos em igual período de 2016. O recuo em relação ao mês passado foi de 55,12%.
Já de óleo de soja, as exportações em janeiro somaram 75.600 toneladas, aumento de 70,65% em relação a igual mês de 2016, quando os embarques haviam somado 44.300 toneladas. Em relação a janeiro, o incremento foi de 6,03%. A receita referente às vendas externas somou US$ 60,4 milhões em fevereiro. O aumento foi de 98,68% ante igual período do ano passado, quando os recursos obtidos com a exportação haviam totalizado US$ 30,4 milhões. Na comparação com janeiro, houve crescimento de 5,59%.
Milho
O Brasil exportou em fevereiro 487,4 mil toneladas de milho. O volume é 91% inferior ante o reportado em igual mês do ano passado, quando os embarques somaram 5,374 milhões de toneladas, de acordo com MDIC. A receita passou de US$ 892,2 milhões em fevereiro de 2016 para US$ 176,9 milhões agora, queda de 80,2%.
Na comparação com janeiro, o desempenho também foi negativo. O volume foi 66,4% menor ante o 1,45 milhão de toneladas embarcadas em janeiro, enquanto a receita caiu 64,6% ante US$ 243,7 milhões em janeiro. O preço médio do milho exportado em fevereiro foi de US$ 176,90 a tonelada, 5,3% acima dos US$ 168/t registrados em janeiro, e 6,5% maior que os US$ 166/t de fevereiro de 2016.
Nos dois primeiros meses desse ano, as exportações somaram 1,938 milhão de toneladas neste ano, 80,3% a menos que os 9,832 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e fevereiro de 2016. A receita no acumulado de 2016 totaliza US$ 329,9 milhões, menos 80% ante US$ 1,627 bilhão.
Algodão
As exportações de algodão do Brasil em fevereiro caíram 74,07% em volume e 71,23% em receita na comparação com igual período de 2016. Foram embarcadas ao exterior 23.200 toneladas em fevereiro, ante 89.500 toneladas um ano antes. A receita somou US$ 38,2 milhões, contra US$ 132,8 milhões obtidos em fevereiro do ano passado. Em relação a janeiro, houve queda de 25,9% em volume e de 22% em receita.
Nos dois primeiros meses de 2017, o Brasil embarcou 54.500 toneladas, ante 181.600 toneladas em igual intervalo do ano passado. A receita no primeiro bimestre somou US$ 87,2 milhões, contra US$ 270,6 milhões um ano antes.
O preço médio da tonelada de algodão exportada em fevereiro foi de US$ 1.646,2, ante US$ 1.563,9 no mês anterior e US$ 1.483,6 em igual período de 2016.
Etanol
O Brasil exportou em fevereiro 60,3 milhões de litros de etanol, queda de 41,6% na comparação com os 103,3 milhões de litros embarcados em janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, quando foram embarcados 306,2 milhões de litros, o volume é 80,3% menor.
A receita cambial com a venda do biocombustível alcançou US$ 43,5 milhões em fevereiro, queda de 39,2% ante os US$ 71,5 milhões registrados em janeiro. Em relação aos US$ 151 milhões de fevereiro de 2016, houve recuo de 71,2%.
No acumulado de 2017, o volume exportado alcança 163,6 milhões de litros (-61,6%), com receita de US$ 115 milhões (-44,4%).
Café
Segundo o MDIC, a exportação brasileira de café em grão no mês de fevereiro (18 dias úteis) alcançou 2.308,2 mil sacas de 60 kg, o que corresponde a uma queda de 13,5% em relação a igual mês do ano passado (2.668,8 mil sacas). Em termos de receita cambial, houve crescimento de 2,6% no período, para US$ 407,3 milhões em comparação com os US$ 397,0 milhões registrados em fevereiro de 2016.
Quando comparada com janeiro passado, a exportação de café em fevereiro apresenta queda de 6,2% em termos de volume – em janeiro os embarques somaram 2.461,2 mil sacas. A receita cambial foi 5,5% menor, considerando faturamento de US$ 431,1 milhões em janeiro passado.
No acumulado dos dois primeiros meses de 2017, o volume exportado é de 4.770,4 mil sacas, o que corresponde a uma queda de 7% em comparação com o primeiro bimestre de 2016 (5.130,0 mil sacas). A receita cambial, porém, é 10,26% maior no período, passando de US$ 760,4 milhões em 2016 para US$ 838,4 milhões este ano.
Suco de laranja
A receita total com exportação de suco de laranja do Brasil caiu 62,5% em fevereiro na comparação com igual mês de 2016, de US$ 312,3 milhões para US$ 117 milhões. Em relação a janeiro de 2017, houve uma queda de 23,68% sobre os US$ 153,3 milhões registrados naquele mês.
O volume total de suco de laranja exportado no mês passado foi de 145,4 mil toneladas, 17,9% menor do que as 177,2 mil toneladas embarcadas em janeiro e 57,2% inferior ao total de 339,8 mil toneladas de fevereiro de 2016. As altas variações positivas e negativas entre os meses são comuns no mercado exportador de suco de laranja e ocorrem principalmente devido às escalas dos navios cargueiros utilizados para o envio da bebida ao exterior, os quais transportam grandes volumes da commodity.
Com o resultado de fevereiro, as vendas acumuladas de suco no primeiro bimestre alcançaram 322,59 mil toneladas, 29,4% a menos que o total de 456,98 mil toneladas embarcadas em igual intervalo de 2016. A receita acumulada entre janeiro e fevereiro somou US$ 270,31 milhões, 33,48% abaixo dos US$ 406,34 milhões de igual período de 2016.
Em fevereiro, as vendas do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) tiveram uma receita de US$ 37 milhões, baixa de 5% sobre os US$ 38,96 milhões de janeiro e recuo de 83% sobre o total de US$ 128,9 milhões de fevereiro de 2016. O volume de suco concentrado ficou em 20,3 mil toneladas em fevereiro, 5% superior às 19,3 mil t de janeiro e 75,5% menor que as 83 mil t de fevereiro de 2016.
O faturamento com as vendas de suco não concentrado e não congelado (NFC) foi de US$ 80 milhões em fevereiro, baixa de 30% sobre os US$ 114,35 milhões de janeiro, e queda de 56,38% ante os US$ 183,4 milhões de fevereiro de 2016. Já o volume exportado de NFC somou 125,1 mil toneladas, queda de 20,77% sobre as 157,9 mil t de janeiro e recuo de 51,3% ante o total de 256,8 mil t de fevereiro do ano passado.