A nova proposta do Independência prevê o pagamento de até R$ 100 mil em 30 dias a partir da aprovação do plano. O saldo restante seria pago em 36 parcelas. Os pecuaristas, no entanto, não aceitaram a proposta por falta de garantia.
? Estão falando em R$ 100 mil por CPF, mas se abrir o novo Independência, se conseguir um empréstimo de R$ 330 milhões. Nesse novo Independência, os donos dos firgoríficos, os futuros donos, se não conseguirem nos pagar, ficam isentos de qualquer responsabilidade com seus bens, de seus familiares. Quer dizer, nós assinamos uma carta em branco para o Independência ? afirma o presidente da Comissão dos Credores dos Frigoríficos em Recuperação Judicial de Mato Grosso, Marcos da Rosa.
Ele disse que os pecuaristas continuam com o propósito de receber os 100% do crédito e “não aceitamos os R$ 100 mil oferecidos”.
Dívida total do grupo supera R$ 3 bilhões
Quase 1,5 mil pecuaristas esperam receber R$ 172 milhões do grupo. A empresa está em recuperação judicial e negocia o pagamento. Os fornecedores de gado são só uma parte. Somando dívidas com trabalhadores e bancos, o valor supera os R$ 3 bilhões.
Antes mesmo de começar a assembléia, os bancos já haviam pedido adiamento do encontro, mas a pressão dos pecuaristas foi maior e a assembléia foi realizada.
? Logo no início da assembléia geral aqui em Cajamar, começou uma movimentação dos bancos para suspender essa convocação e ficou nítido que alguém quer ganhar tempo, só não sabemos o real motivo ? disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, que lamenta que, mais uma vez, o pecuarista foi prejudicado, pois muitos investiram recursos do próprio bolso ir ao encontro.
Os pecuaristas se dizem abertos a negociar. Só os fornecedores de Goiás respondem por 30% do total das dívidas do Independência.
? Colocamos a nossa proposta em cima do novo plano que foi apresentado pelo Independência e esperamos que haja sensibilidade da parte do devedor, do seu administrador judicial e dos próprios bancos em analisar melhor a nossa proposta ? afirma o pecuarista e representante da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Coelho.