A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, dia 17, a Operação Carne Fraca, que investiga uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais. A denúncia está ligada à falha na inspeção de carnes realizada dentro dos frigoríficos e deverá resultar em 38 mandados de prisão, além do bloqueio financeiro de R$ 1 bilhão das empresas envolvidas.
Segundo as autoridades, fiscais recebiam propinas para facilitar a produção de alimentos adulterados. O meio utilizado era a emissão de cerificados sanitários sem qualquer verificação de qualidade do produto. Dentre as ilegalidades praticadas pelo grupo estava a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Cerca de 40 empresas foram citadas pela PF.
O caso leva à tona discussões em torno do Serviço de Inspeção Federal (SIF), criado para assegurar a qualidade de produtos de origem animal destinados ao mercado interno e externo, bem como de produtos importados, sob responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente”, afirma a nota oficial divulgada pela Polícia Federal.
A operação é a maior realizada pela PF. Mais de mil policiais estão envolvidos. Desde as primeiras horas da manhã, foram cumpridos 309 mandatos judiciais e quase 200 buscas e apreensões.
Operação da Polícia Federal atinge dezenas de frigoríficos e prende executivos e fiscais agropecuários
Autoridades apontam negligência na certificação de carnes; operação é a maior da história da PF