Apesar do cenário de queda do preço da arroba do boi gordo, a baixa no preço do bezerro pode favorecer a redução do plantel do pecuarista e a troca por animais para a recria e engorda, segundo Alex Lopes, consultor e diretor da Scot Consultoria. Segundo ele, entre os fatores que ajudam na decisão para ampliar giro na propriedade estão a estimativa de que os animais representam 60% do custo de produção e ainda própria melhora na relação de troca entre o boi gordo e bezerro.
Dados da Scot mostram que o preço do bezerro caiu de um pico de R$ 1,5 mil para R$ 1,3 mil. Já a queda menor do valor do boi gordo fez com que a relação de troca caísse de 9,20 arrobas para se comprar um bezerro entre 2015 e 2016 para 7,30 arrobas por bezerro, em média, em fevereiro deste ano. “Ampliar a recria e engorda é melhorar o giro da fazenda”, disse Lopes durante encontro de confinamento e recriadores da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto (SP).
Ele lembra que apesar de bezerro comprado até no ano passado, “nas piores relações de troca da história”, agora estar pronto ao abate, em um cenário de queda da cotação da arroba, o aumento do custo e a queda no preço dos animais de reposição favorecem a troca. “Você reduz estoque de animais, que custa caro, e compra bezerro mais barato. Melhora a taxa interna de retorno, aproveita a relação de troca favorável e mitiga o risco de comprar caro e vender barato”, disse. “O momento é de oportunidade e a chance de comprar bezerro barato e vender na alta aumenta”, concluiu Lopes.