Neste mês de maio Santa Catarina comemora a erradicação da febre aftosa Estado e os 10 anos do reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação. A entrega do certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aconteceu em 25 de maio de 2007 e desde então o estado se consolidou como referência em sanidade e defesa agropecuária, conquistando os mercados mais competitivos do mundo.
O último foco de febre aftosa em Santa Catarina aconteceu em 1993 e a partir de 2000 foi suspensa a vacinação contra a doença e proibida entrada de bovinos provenientes de outros estados, onde a vacinação é obrigatória. Antes de erradicar a doença, entre 1971 e 1983, Santa Catarina registrava uma média de 462 focos por ano, causando a morte de muitos animais e prejuízos irreparáveis para os produtores.
Para buscar a certificação internacional como livre da aftosa sem vacinação, Governo do Estado, Ministério da Agricultura, agroindústrias e produtores rurais se uniram e aceitaram o desafio de fazer de Santa Catarina uma ilha de sanidade no país. “Essa conquista aconteceu depois de muito trabalho. Todas as partes se envolveram e os produtores foram grandes parceiros nesse processo. Nós sabíamos que Santa Catarina tinha potencial para ser um grande produtor de aves, suínos e leite e a certificação internacional era indispensável para aumentarmos a produção e conquistarmos novos mercados”, lembra o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa.
Após 10 anos de certificação internacional, Santa Catarina mantém o status reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação, com números expressivos de produção. Tornou-se o maior produtor de suínos e o segundo maior produtor de aves do país. Inclusive, a carne de frango é, hoje, o primeiro produto das exportações do estado faturando mais de US$ 1,7 bilhão em 2016. As carnes produzidas em Santa Catarina chegam ao Japão, Chile, China, Estados Unidos e Coreia do Sul.
Na América do Sul, outras áreas livres da doença sem vacinação existem na Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. Apenas o Chile é reconhecido pela OIE como país livre da doença sem o uso da vacina.
Manutenção do status sanitário
Para manter o status sanitário diferenciado, os esforços são imensos. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.
“A conquista e a manutenção do certificado da OIE provam que a sanidade é um patrimônio que distingue a produção catarinense no cenário nacional. A manutenção desse status exige grande esforço do Governo do Estado, dos serviços de defesa agropecuária, em parceria com o setor privado e produtores”, ressalta o secretário adjunto de Agricultura, Airton Spies.
Vigilância permante
A erradicação da doença em Santa Catarina fez com que o estado tenha regras especiais para o trânsito de animais. Já que é proibido o uso de vacina contra febre aftosa em todo o território catarinense, não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas e estudos sorológicos nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).