O Conselho Nacional do Café (CNC), órgão que reúne as principais cooperativas do setor, demonstrou preocupação com a Portaria número 1.370, publicada pelo governo nesta semana, que constitui um grupo de trabalho para estudar mecanismos que permitam ampliar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
Conforme comunicado do CNC, mais do que revigorar a principal fonte de financiamento do setor (Funcafé), é preciso, “em especial, preservá-lo, mantendo sua longevidade e evitando que propostas de partes externas ao segmento cafeeiro, desconexas do entendimento e do consenso dos representantes da cadeia produtiva, sejam levadas adiante com o intuito de, ao atender interesses subjetivos e desvinculados à realidade da atividade como um todo, exaurir os recursos do fundo”.
A Portaria também delega ao grupo de trabalho a realização de estudos que tornem viável a renovação do parque cafeeiro nacional, com definição de fonte de financiamento. Essa medida foi proposta pelo CNC, “que vê com preocupação a abertura de novas áreas com café, o que poderá gerar um excedente produtivo e o consequente aviltamento dos preços do produto, tirando a competitividade do produtor”, informa a entidade.
O CNC defende que não sejam abertas novas áreas com café e que é preciso um programa de renovação do parque cafeeiro, regrado e focado na revitalização de áreas em que as plantas estão velhas e nos seus níveis mínimos de produtividade. “Esse processo deve ser paulatino, atendendo às sinalizações do consumo mundial, para ser conduzido com serenidade e evitar a injeção de café em excesso no mercado”, conclui o CNC.