A Índia está considerando elevar a taxa de importação sobre o açúcar para proteger seus produtores locais, disse um membro do governo, nesta terça-feira (dia 4). Os preços internacionais do alimento recuaram cerca de 30% neste ano na comparação com 2016, em meio a um mercado pressionado pela perspectiva de oferta abundante. A tendência tem levado traders indianos a preferirem o açúcar importado ao produzido internamente.
O imposto maior é necessário “para garantir que as importações mais baratas não façam pressão sobre os preços locais”, disse um membro do governo. Nos últimos meses, representantes do setor também vieram a público para sugerir maiores tarifas sobre o açúcar de origem no exterior.
Neste ano, a produção de açúcar na Índia, maior consumidora e segunda maior produtora do mundo (atrás apenas do Brasil), deve saltar cerca de 20% na comparação anual e atingir 25 milhões de toneladas. A safra tende a ser sustentada pelo clima favorável na temporada de chuvas de monções.
Na temporada 2016, a Índia importou do Brasil 2,4 milhões de toneladas de açúcar, quase a mesma quantidade que a China importou, tornando ambos os maiores compradores do produto brasileiro.
Os baixos preços internacionais do açúcar também fizeram a China mudar sua política de importação. Em meados de maio, o governo praticamente dobrou os impostos sobre o alimento. O Ministério do Comércio do país disse que uma investigação apontou que as importações prejudicaram gravemente a indústria local. Agora, a taxa que incide sobre as compras externas além da cota de 1,95 milhão de toneladas por ano foi elevada de 50% para 95%. Depois de um ano, a taxa vai cair para 90%; em dois anos, para 85%. Entretanto, o imposto sobre o açúcar dentro da cota permanecerá em 15%. A China é a maior importadora mundial de açúcar.