Enquanto muitos agricultores estão preocupados com as geadas que atingem o Brasil nesta semana, produtores de trigo do Rio Grande do Sul comemoram as que atingiram as lavouras. Na fase atual da safra, que é de crescimento, antes da floração, o frio intenso contribui para um cereal de qualidade e, até mesmo a soja que vai ser plantada no fim do ano pode ser beneficiada pelo clima gelado do Sul do país.
Segundo o produtor Mario Klein, a geada chegou em bom momento para os 80 hectares plantados por ele em junho. “Já começa a matar os insetos e perfilhar o trigo, que é uma planta de frio. Agora, é só esperar o desenvolvimento”, disse.
O clima traz uma boa notícia dentro de um cenário negativo, já que a área plantada no Rio Grande do Sul diminuiu 6% em relação ao ano passado. Com isso, o preço chega a R$ 34 a saca, abaixo do valor mínimo de R$ 37. Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o custo dos produtores gaúchos é de 48 sacas de trigo por hectare.
Os produtores apostam também nos benefícios da geada para a semeadura da soja, que vai ser feita em novembro. A geada não faz bem apenas para o trigo e para outras culturas de inverno, já que ajuda a diminuir as doenças na fase inicial da soja, que será a próxima cultura plantada nesta área
“A geada que acontece agora mata as plantas voluntárias. Na soja, temos várias doenças tipo a ferrugem, que prejudica muito a plantação. Matando essas plantas, não há a presença de fungo”, relatou o agrônomo Joacir Oberher.