A previsão do Ministério da Agricultura era que R$ 400 milhões de reais fossem usados no seguro rural neste ano. Porém, o Governo Federal aplicou apenas R$ 180 milhões até o momento. A Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura alega que com o contingenciamento de 42% no orçamento da pasta, o investimento ficou comprometido.
Neri Geller, secretário de Política Agrícola, explica que o valor foi liberado dentro da programação acertada com as seguradoras. “90 milhões para as culturas de inverno e mais 90 milhões para dar início na safra. O restante nós estamos trabalhando para que se libere o contingenciamento dos R$ 210 milhões a R$ 220 milhões para fazer uma programação rigorosamente dentro do programado”, declara Geller.
De acordo com levantamento do Governo Federal, na última década, a politica de seguro rural atendeu 420 mil produtores, com área segurada de 52 mil hectares. Segundo o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, o Brasil tem uma política de crédito que abrange apenas 37% da produção.
“Aí vem a pergunta: e os outros 63%? Estão fora de qualquer política pública. É gente que está no sol e na chuva sem proteção alguma do Governo”, afirma Schreiner.
Mesmo sem ter cumprido a promessa para este ano, o Governo diz que investirá R$ 550 milhões em 2018.
Alternativas
Ainda este ano, foram destinados outros R$ 2 milhões para o projeto piloto de seguro rural, que conta com a participação de empresas privadas do setor, servindo como uma possível alternativa para aumentar a cobertura e também diminuir os valores pagos pelos produtores.
“O projeto atrairá empresas privadas no pagamento do prêmio do seguro. Então, por exemplo, se uma revenda de insumos tem risco, por que não participar também da apólice de seguros? Ela será beneficiária mas também pagará parte do prêmio para se tornar beneficiária desse seguro”, conta o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Vitor Ozaki.
Outro modelo tem sido discutido pelo comitê que cuida do seguro rural, que pode agradar ainda mais quem quer garantir a própria renda.
“É o seguro de renda ou faturamento, receita. O governo quer incentivar esse tipo de produto. No nosso entendimento, favorecerá o produtor rural, não somente a instituição financeira”, defende Ozaki.