Na próxima safra norte-americana, a Monsanto lançará uma tecnologia em suas sementes que pode solucionar os problemas do produtor rural, principalmente do sojicultor, com os nematoides – parasitas que atacam as raízes das plantas, prejudicando a absorção e a translocação de água e nutrientes.
O custo da semente pode aumentar em US$ 20 por saca. Por outro lado, a novidade – batizada de NemaStrike – promete deixar na lavoura três sacas de soja a mais por hectare, segundo os testes feitos em lavouras experimentais.
“Esse produto, que é um lançamento previsto para 2018, promove controle na soja, milho e algodão por um período residual bastante longo, em 75 dias. Sabemos que o nematoide é um problema global e que esse produto terá um bom encaixe em muitos países e muitas culturas”, afirma o engenheiro agrônomo da Monsanto, Jimmy Casteel. A má notícia é que a tecnologia não tem previsão de chegar ao Brasil, no momento.
O doutor em agronomia Rubem Oliveira explica que as lavouras do cerrado e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) sofrem bastante com esses parasitas por causa do tipo de solo. Para ele, o produtor precisa ter acesso a essas tecnologias o mais rápido possível.
“Uma área com alta infestação pode perder 100% da produção. As nossas variedades, principalmente de soja e de algodão, são muito sensíveis ao problema desse parasita. Então, nas áreas em que você tem infestação no solo, as perdas de produção são muito grandes”, diz Oliveira.
Franklin Evangelista Piacentini produz soja em Mato Grosso e conta que todos os anos perde produtividade por causa da doença. “Em áreas com problema em torno e cinco sacas, até mais, trazendo uma irregularidade no talhão”.
Boas notícias para o Brasil
Um conjunto de manejo de controle de erva daninha, chamado Xtend, passa pelos últimos testes aqui no país e deve estar disponível daqui a dois anos. Nos Estados Unidos, já é uma realidade.
“Consideramos essa tecnologia a mais eficiente para o manejo de plantas daninhas. Na soja, já existem sementes que estão sendo comercializadas e têm essa tecnologia, e já existe também o produto para ser usado na forma do Dicamba isolado. Para o milho, deve ser lançado no ano que vem”, conta Casteel.
A tecnologia deve ser mais cara que a convencional RR, mas o resultado promete compensar. Ela foi desenvolvida por causa do problema de resistência de plantas daninhas ao glifosato.
“Nós não queremos que o produtor pare de utilizar a tecnologia de RR e passe a utilizar o Xtend sozinho, repetidamente. Queremos que essa tecnologia seja adotada em conjunto com outros herbicidas residuais, para ter uma sobreposição de efeitos residuais”, esclarece Casteel.