O projeto de maio de 2016 para criação da Embrapa Tecnologias (EmbrapaTec) partiu do Poder Executivo e está em tramitação na Câmara dos Deputados. A ideia é que a empresa seja uma sociedade anônima e de capital fechado, com regime jurídico de empresa privada e receba recursos de acionistas.
Cléber Soares, diretor de transferência de tecnologia da Embrapa, explica que o projeto é vital para a evolução da entidade. “Porque a embrapatec nada mais será do que uma subsidiária integral, vinculada à Embrapa, cujo papel e missão é promover a inovação e negócios, e ser ao mesmo tempo o braço de operações no mercado”, diz Soares.
Essa é uma alternativa para aumentar o orçamento da empresa, que por lei, não pode receber investimento privado. O Governo repassou pouco mais R$ 3 bilhões este ano à empresa. O recurso tem aumentado ano a ano, mas de forma muito mais lenta do que o necessário.
“Somos aliados de primeira hora desses projetos que procuram melhorar o funcionamento da Embrapa, principalmente no campo da inovação. Certamente fará com que as tecnologias desenvolvidas gerem renda e sejam revertidas as novas pesquisas”, afirma o consultor de tecnologia da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré.
O setor também está na expectativa com a nova subsidiária. O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero, declara apoio ao projeto. “A Embrapa tem uma história fantástica e é uma das responsáveis pelo que é o agronegócio brasileiro perante o mundo todo. Desenvolveu tecnologia para a agricultura tropical e nós exportamos isso hoje. Só que sempre nos deparamos com a máquina pública”, pontua.
Portocarrero diz que dentro de suas unidades, a empresa tem muitas ferramentas que poderiam estar no campo “resolvendo problemas da batata, da cebola, da laranja, das frutas, do café, do algodão e que às vezes demoram a chegar”, afirma.