Em abril, no começo da safra de cana-de-açúcar, o quilo de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) valia R$ 0,64, e chegou a R$ 0,54 em agosto — queda de 15,6%. Mesmo com recuo de 1,5% no volume colhido na região Centro-Sul, cerca de 427 milhões de toneladas, a quantidade de ATR aumentou 1,8%, com a média da safra em quase 134 quilos por hectare. As informações são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O produtor Gilmar Soave, de Piracicaba (SP), diz que a culpa da queda na produção não é do clima, mas da falta de dinheiro para investimentos no canavial.
“O maior problema é que a gente está vindo há dez anos com uma situação ruim nos preços da cana. O ano passado deu um fôlego, melhorou um pouquinho, mas o canavial está muito velho, não consegue reproduzir”, conta Soave.
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O vice-presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do estado de São Paulo (Coplacana), José Coral, afirma que o mercado internacional tinha a expectativa de excesso de oferta, o que não deve se concretizar. “A Índia, por exemplo, que até um mês atrás teria super produção, segundo boatos, caiu e terá quebra grande. Nós temos a esperança que o açúcar dê uma reviravolta agora de dezembro para frente e recupere o preço. Senão, nós vamos ter uma renda inferior à da safra passada”, diz.
A falta de chuva fez com que a cana não brotasse em algumas áreas da região. Mesmo onde brotou, há bastantes falhas. Isso acontece principalmente em canaviais antigos. Soave confere a cana e diz que a chuva demorou tanto pra chegar que a safra do próximo ano já está comprometida.
