A queda nos preços do leite deve ser menor a partir de novembro. De acordo com a Scot Consultoria, continua a pressão de baixa no curto prazo, mas alguns fatores mostram que o ritmo de baixa deverá ser menor nos próximos meses.
Entre os principais motivos estão os estoques mais enxutos nas indústrias, a tendência de estabilidade nos preços dos lácteos no atacado e a expectativa dos preços pararem de cair no mercado spot. A consultoria também indica a possibilidade de retomada do crescimento da economia, o que seria bastante positivo para o consumo no médio e longo prazos.
Em setembro, o preço do leite ao produtor rural, referente ao produto entregue em agosto, registrou queda de 3,6% em relação ao pagamento anterior, considerando a média nacional. De junho, quando o preço do leite começou a cair, até agora o acumulado de queda já chega a 7,5%.
A média dos dezoito estados pesquisados ficou em R$ 1,087 por litro, valor 8,9% menor na comparação com igual período do ano passado.
A alta produção e a dificuldade de escoamento dos lácteos são algumas das razões que ajudaram a pressionar o valor do produto no mercado interno. De acordo com o índice de captação da Scot, a produção brasileira (matéria-prima) cresceu 2,1% em agosto deste ano, frente a julho. Para setembro, os dados parciais já apontam para aumento de 0,5% no volume captado, na comparação mensal.
A expectativa é que o aumento dos custos de produção, as condições ruins das pastagens e as margens da atividade se estreitando interfiram no ritmo de crescimento da produção de leite em outubro e novembro, até a retomada do capim e melhoria da capacidade de suporte das pastagens.
Para o pagamento a ser realizado em meados de outubro, referente à produção de setembro, 70% dos laticínios pesquisados acreditam em queda no preço do leite ao produtor, 28% falam em manutenção e os 2% restantes acreditam em alta nos preços do leite.