O preço dos suínos aumentou no decorrer do mês de setembro e outubro. Mas esta não é uma notícia tão boa para os suinocultores, já que o custo de produção também subiu por causa da alta do milho.
O produtor de suínos, Ricardo Pereira de Mello, do interior de São Paulo foi surpreendido pela alta dos grão. “Todas as informações que a gente tinha é de que os preços até poderiam cair pela supersafra americana, mas isso não aconteceu”, conta.
O valor do milho subiu mais de 4% entre setembro e outubro, na média registrada em Campinas acompanhada pelo Centro de Estudo Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com a saca valendo mais de R$ 30. O analista de mercado, Marcos Iguma, afirma que a oscilação no preço do grão tem a ver com o aumento das exportações, a partir de julho. A dica para o pecuarista é fazer estoque e evitar os picos da cotação.
“Se precaver comprando milho é sempre uma boa alternativa para o produtor para redução de custos e otimização dos gastos da granja. Milho é sempre esta dificuldade, disponibilidade interna, questões regionais, então o produtor precisa se programar para comprar”, explica Iguma.
O aumento da energia elétrica com conta da mudança para a bandeira tarifária vermelha 2, também está afetando os custos de produção. “O custo de produção aumentou e isto faz com que a margem do produtor reduza. Então, ele acaba tendo um pouco mais de dificuldade para comprar o milho, que é o principal componente da ração. Isso acaba prejudicando a compra dele de outros produtos”, diz o analista.
Para compensar, o valor pago pelo suíno também aumentou em outubro mais de 3%, chegando a R$ 4,11 o quilo do animal vivo no mercado interno de São Paulo. O fim de ano é a época de maior consumo de carne suína, mas como este ano as cotações estão oscilando bastante, fica difícil arriscar um palpite de como vai ser o comportamento do mercado até dezembro.
“A expectativa de crescimento da demanda para o fim do ano nunca me iludiu. Mesmo porque o pessoal já pensando nesta possibilidade, começa a estocar agora. Então pernil e lombo o pessoal começa a comprar agora, aos poucos. E não impacta no mercado como um grande consumo impactaria”, garante o suinocultor Mello.