O número de ovinos da dorper cresceu mais de 350% nos últimos anos no país. A raça é uma das que mais se destaca para o fornecimento de matrizes e reprodutores.
Nos números, o cordeiro dorper pode oferecer mais custo-benefício do que a criação de bovinos. O animal vai para o abate com 150 dias e 40 quilos de peso vivo.
“Se for falar em tempo e valor agregado, o tempo é um terço do que demoraria para a terminação do bovino. E o valor agregado na arroba é duas, três vezes maior”, diz Daniel Cipolletta, veterinário da Cabanha Interlagos.
A precocidade dos ovinos vem atraindo novos criadores. O dorper, que tem a cabeça preta, e o white dorper, de corpo todo branco, são indicados para o cruzamento com outras raças.
“O dorper e white dorper são raças destinadas à produção de carne. A gente abate eventualmente um animal por conta de às vezes não estar dentro do padrão racial, mas os puros são para produzir futuras matrizes e futuros reprodutores de rebanhos comerciais”, afirma Regina Valle, coordenadora técnica da ABC Dorper.
O crescimento da raça no país é impressionante. Em 2009, havia 35 mil animais registrados. Hoje, são mais de 160 mil ovinos dorper, sem contar o cruzamento com outras raças. O aumento foi de mais de 350% em menos de uma década.
Fernando Vieira Chaves Filho, presidente da Accoal (Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas), é criador e diz que o mercado de ovinos está aquecido em Alagoas e no resto do Brasil. Ele afirma que faltam reprodutores pra atender toda a demanda.
“A venda acontece mês a mês. Às vezes, vêm criadores de todos os estados. A gente participa de exposições pelo Nordeste todo. A gente vende machos comerciais a partir de R$ 3.000 e fêmeas a partir de R$ 3.000 também. A procura está muito grande. Se nós tivermos sempre um mês abençoado, um inverno com bastante chuva, é certeza que teremos boas vendas”, diz.