Faltando pouco mais de 90 dias para finalizar o prazo em que os avicultores brasileiros devem adequar as granjas para evitar que a gripe aviária chegue ao Brasil, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) vê com preocupação a situação do aviários do estado. A Instrução Normativa 10 assinada em fevereiro deste ano pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, cria uma nova política com requisitos para proteger o setor da doença. O prazo termina dia 22 de fevereiro de 2018.
Entre os requisitos para a adequação da granja estão por parte dos avicultores os investimentos em cercas externas, áreas de desinfecção, tratamento de água com cloro e telamento. Caso as adlterações não aconteçam até o prazo, o avicultor ficará impedido de alojar novos lotes no aviário.
“A gripe aviária nos preocupa bastante, por isso estamos hoje aqui conversando e ouvindo os avicultores do estado. Queremos conhecer a real situação dos aviários do estado, orientar os produtores da importância dessa adequação e salientar o cumprimento das exigências até o prazo final”, apontou o analista de pecuária da Famato Marcos de Carvalho durante uma reunião com o setor segunda, dia 7, na sede do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), em Cuiabá.
Participaram da reunião avicultores de Tangará da Serra, Campo Verde e Nova Marilândia, o presidente do Indea-MT Guilherme Nolasco, o senador Cidinho Santos, o prefeito de Nova Marilândia Juvenal Silva e representantes da Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec) de Nova Marilândia, Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav), Associação Campo-verdense de Avicultura (Acav), Associação dos Avicultores de Tangará da Serra (Avitan) e Associação de Avicultores de Nova Marilândia (Avimar).
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil tem grande potencial na produção de aves e exporta para mais de 160 países.
Para o senador Cidinho, é importante que o avicultor esteja consciente que o investimento feito por ele nada mais é do que a proteção do seu próprio patrimônio. “O produtor estará investimento naquilo que é dele, portanto, o retorno financeiro será dele mesmo e, de certa forma, estará contribuindo para fomentar o mercado aviário e a economia do estado”, disse o senador.
Umas das polêmicas levantadas na reunião são os custos de adequação para os pequenos produtores. Segundo o avicultor Gonçalo de Souza da Cadec de Nova Marilândia, no município existem 48 aviários antigos, onde serão necessários mais investimentos para adequação. “As granjas mais modernas já estão adequadas, mas o problema é que ainda existem muitos aviários, de pequenos produtores, com estrutura antiga”, ressaltou Souza.
Diante da situação dos produtores, o presidente do Indea Guilherme Nolasco se propôs a ajudar, no sentido de intermediar junto ao Governo do Estado para a criação de políticas de investimento, programas de incentivo e desenvolvimento da agricultura familiar, políticas para pequenas cadeias ou até mesmo financiamentos com juros reduzidos para ajudar o setor a produzir com segurança e dentro dos padrões exigidos.
Para os avicultores, outro obstáculo são as grandes indústrias. Segundo eles as indústrias dificultam para que os pequenos produtores consigam se adequar. Para os produtores o ideal seria que as indústrias contribuíssem para reestruturar os aviários antigos. Com informações da assessoria de imprensa da Famato.