A Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) aprovou o uso do benzoato de emamectina no Brasil, inseticida utilizado nas culturas de soja, milho, algodão e feijão para o controle da lagarta Helicoverpa armigera. A avaliação toxicológica do produto, estudo técnico para saber se o defensivo causa ou não riscos à saúde humana, foi publicada nesta semana no Diário Oficial da União. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também já concluiu a análise dos possíveis riscos ao meio ambiente.
O secretário de Defesa Agropecuária, Luis Eduardo Rangel, afirma que o Ministério da Agricultura aguarda “apenas a chegada desses documentos” para oficializar o registro do defensivo no país, o que deve ocorrer ainda este ano.
Na avaliação da Anvisa, o benzoato foi considerado extremamente tóxico, o que gera limitações para sua aplicação em lavouras, como a utilização obrigatória de itens de segurança.
Em 2014, ano em que a Helicoverpa armigera surgiu no Brasil, o prejuízo as lavouras de algodão foi de R$ 10 bilhões. A partir daí, foi permitido o uso emergencial do benzoato. Nesta semana, aliás, o Ministério da Agricultura renovou até junho de 2018 a emergência fitossanitária nos estados de Goiás, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí.
Para o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero, a grande vantagem para o setor com o possível registro definitivo do benzoato de emamectina é a segurança de que o uso do produto não será mais questionado pelo Ministério Público e órgãos ambientais, como ocorre atualmente por ser permitido apenas de forma emergencial.