Consultoria reduz em 10% a estimativa de produção de café

Segundo a Safras & Mercado, essa diminuição reforça o sinal de aperto na oferta, o que tende a suavizar as baixas nas cotações internacionais

Fonte: Bruno Imbroisi/Arquivo Pessoal

A consultoria Safras & Mercado reduziu sua projeção de safra de café na safra 2017/2018 para 50,45 milhões de sacas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, dia 16, e indicam uma queda de 10% em relação ao ciclo anterior, que foi de 55,75 milhões de sacas.

Segundo o consultor da empresa, Gil Barabach, a safra brasileira 2017/18 é menor do que a esperada inicialmente. “Os problemas de granação resultaram em uma peneira mais miúda, que levou a uma quebra de renda. O sul e o cerrado de Minas Gerais e a mogiana em São Paulo foram as regiões mais afetadas”, explicou. No Sul de Minas Gerais, enquanto o percentual normal de peneira graúda gira em torno de 30% do lote, nesse ano ficou entre 20% a 25%.

Para o café arábica a consultoria revisou para baixo a safra, passando de 39,60 milhões para 38,80 milhões de sacas. A queda do arábica, no entanto, foi compensada pela revisão positiva do conilon, de 11,50 milhões para 11,65 milhões de sacas.   

Barabach observa que a queda de 10% da safra em relação à temporada passada reforça o sinal de aperto na oferta e projeta estoques muito baixos ao final da temporada, o que tende a suavizar as investidas de baixa nas cotações internacionais.

Comercialização

As vendas de café na safra 2017/18 chegaram a 60% até o dia 14 de novembro. A comercialização está atrasada em relação ao ano passado, quando 68% das lavouras já estavam vendidas. Apesar disso, os negócios estão acima da média dos últimos 5 anos, que é de 58%.

Com isso, já foram comercializadas 30,03 milhões de sacas, tomando-se por base a estimativa de produção da Safras & Mercado. “Alguns operadores ainda se surpreendem com a capacidade do produtor em segurar o café. Ao que tudo indica, os produtores estão mais capitalizados do que se esperava”, observou Barabach.

Segundo o consultor, os cafeicultores aproveitaram a alta do dólar para fechar negócios, mas em menores volumes. “A grande maioria prefere segurar os cafés melhores, apostando no potencial de alta de uma safra aquém do esperado. E em paralelo vem dosando o fluxo de venda dos cafés mais fracos de bebida, ainda bastante valorizados diante da agressividade da demanda interna”, afirma.

A expectativa é que essa “queda de braço” continue ainda mais acirrada com o andamento da entressafra.