Desde o início de novembro, cavalos que participam de atividades dentro dos municípios gaúchos não precisam mais do Guia de Trânsito Animal, a GTA. A mudança está valendo, mas a medida está gerando polêmica.
Antes da instrução normativa, cada equino que saía ou voltava a propriedade para participar de eventos municipais, deveria ter a GTA emitida. O pedido de mudança partiu das associações equestres. “O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e Clube do Laço nos procuraram para a gente buscar uma alternativa que resolvesse esse problema de grande fluxo de produtores nas inspetorias de quarta à sexta-feira e nós tendo dificuldades de atender outras demandas, seja administrativas ou técnicas”, disse o diretor do departamento de defesa agropecuária da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos de Quadros.
A GTA traz algumas informações específicas, como o nome do proprietário, a origem e o destino do animal, exames de saúde, além do gênero do equino. Agora, no entanto, o documento está dispensado para alguns casos. “Cavalgadas, passeios, rodeios pequenos e tudo aquilo que a inspetoria veterinária do município identificar que são eventos locais, não precisam ser cadastrados. O produtor rural que tem propriedade em mais de um distrito do município também era obrigado a ir na inspetoria veterinária e comunicar que estava indo de uma propriedade para a outra. Agora, ele tem mais liberdade para isenção de GTA para poder se deslocar de um lugar para o outro”, disse Quadros.
A decisão gera controvérsia e o Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado diz que a nova regra contradiz o Sindicato dos Médicos Veterinários do estado (Simvet/RS), que lembra do decreto estadual de defesa que determina a exigência para qualquer tipo de movimentação. A entidade já encaminhou o documento para a secretaria pedindo a revisão do assunto.
“Existe a possibilidade de as pessoas dizerem que fizeram a vacinação e não fizeram. Nesses momentos de aglomeração, se você não tiver os animais devidamente imunizados, ele poderá contaminar os demais e levar a um caos para o estado e até outras localidades, já que há essa integração de animais de várias partes do Brasil”, disse Angelica Zollin, presidente do Simvet-RS.
A Secretaria de Agricultura garante que a sanidade não fica comprometida, já que os exames de mormo, anemia infecciosa e atestado de vacina da gripe continuam sendo obrigatórios. O produtor que não cumprir, será punido. “Ele é multado em cerca de R$ 1,7 mil. Não vai ser aquele cavalo que hoje ele sai de um bairro para o outro, tendo os exames, a gente tem confiança na sanidade sim”, finalizou quadros.