O mercado de café tem uma tendência de elevação nos preços no curto prazo. A análise é do diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz. Segundo ele, a oferta brasileira estará muito curta entre janeiro e março, pico da entressafra, e o mercado pode reagir diante dessa situação.
Herzkowicz lembra que os estoques públicos brasileiros estão zerados e que a pesquisa dos estoques privados feita em março último mostrou o nível mais baixo armazenado em 10 anos. Além disso, a demanda mundial segue crescendo a uma taxa de 2% ao ano, enquanto o consumo brasileiro sobe ainda mais, 3,5%. “Podemos nos deparar com uma oferta muito curta no pico da entressafra”, informou.
Quanto à safra de 2018, a expectativa é de que a produção será grande. “Voltou a chover e o quadro parece um pouco melhor para a próxima safra, no entanto a produção não será gigantesca”, explicou.
Nathan afirma ainda que é preciso que o Brasil passe por um período de oferta mais estável para recuperar mercados nas exportações, que estão caindo, e para melhorar o cenário de estoques apertados. “Não desejamos excedentes porque isso prejudica preços e os produtores, mas uma oferta estabilizada”.