O retorno financeiro da produção de cafés especiais é bastante atrativo: em concursos, o preço pago pela saca pode chegar a R$ 50 mil. Porém, enquadrar a produção nesta categoria seleta não é tão simples. O cafeicultor precisa estar atento às técnicas empregadas em todo o processo.
No começo, a produção da União dos Pequenos Produtores de Cafés Especiais dos Martins (Unipecafem), do sul de Minas Gerais, era apenas comercial, com rendimento baixo, mas com ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), o grupo começou entrar no mercado de cafés finos.
O engenheiro agrônomo da entidade, Luis Geraldo Reis, explica que os produtores não tinham técnica. “A adubação era feita de qualquer maneira. O controle de pragas e doenças era feito na hora errada e o café era colhido verde, sem olhar o ponto certo”.
Além da técnica, os cafeicultores precisaram se adequar à legislação. Na comunidade, por exemplo, o esgoto é 100% tratado e a integração floresta-lavoura segue todas as recomendações previstas em lei.
O presidente da Unipecafem, Guido Reguin, diz que já passou o tempo em que apenas o grande produtor dominava esse mercado. Ele afirma que os principais concursos estão sendo vencidos por propriedades menores, pois, segundo ele, “o pequeno produtor tem mais aquela maneira artesanal de cuidar do seu produto. É um carinho maior, um amor maior, e isso vem trazendo ganhos e rendas para eles”, conta.
O orgulho que a produtora Márcia Reguin sente com o certificado de 2º lugar que ganhou em um concurso de cafés especiais, em Varginha (MG), não é o único motivo do sorriso fácil. “Tivemos muitas benfeitorias na nossa propriedade e na nossa lavoura de café. Melhorou tudo na nossa vida”, conta com alegria.