O laboratório de viroses de bovídeos da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, recebeu o aporte de 108 mil euros da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), para desenvolvimento do “twinning project”, que visa transformar a unidade em referência na América do Sul para a virose que provoca a doença conhecida como “língua azul”. Infecciosa, essa doença geralmente é fatal para os animais, mas não é transmitida ao homem. O bovinos infectados normalmente não apresentam sinais clínicos, por isso a importância das análises laboratoriais.
Os laboratórios-referência da OIE têm o objetivo de explorar todos os problemas relacionados à enfermidade. Além disso, desenvolvem projetos de pesquisa e fornecem assistência científica e técnica em temas relacionados ao diagnóstico e controle da doença. “Ser reconhecido pela OIE como referência permitirá que o IB trabalhe de forma mais próxima com outros países da América do Sul, como Chile, Paraguai e Bolívia, entre outros”, afirma a pesquisadora Edviges Maristela Pituco, do IB.
Língua azul
A língua azul é uma doença infecciosa, a princípio não contagiosa e transmitida pela picada do mosquito infectado do gênero Culicoides spp. Os bovinos são considerados reservatórios da doença e, normalmente, não apresentam sinais clínicos – daí a importância das análises laboratoriais. “Os ovinos e animais silvestres, diferentemente dos bovinos, ficam doentes e desenvolvem quadro hemorrágico que geralmente é fatal”, explica Liria Okuda, pesquisadora do Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico (IB).
Em 2017, o IB realizou 40 mil testes de bovinos brasileiros que foram exportados vivos para o Egito. Apesar de não ser livre da virose, o Egito só importa animais vivos que passaram pelo teste de PCR para detecção do vírus da Língua Azul como forma de evitar a entrada de novos sorotipos da virose.
“O Instituto Biológico tem uma atuação estratégica para o estado de São Paulo e para o Brasil. Os diagnósticos gerados em seus laboratórios são fundamentais para a exportação dos produtos agropecuários. A capacitação constante das equipes e a melhoria dos serviços prestados é uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.