Em 2017, a cultura de trigo novamente contabilizou perdas e sofreu com a comercialização. A safra foi 52% menor que a anterior, que teve recorde histórico de produtividade. Desestimulado, o setor não acredita em melhoras significativas em 2018.
O Rio Grande do Sul colheu pouco trigo neste último ciclo: cerca de um milhão de toneladas. Os problemas já começaram no plantio, por causa do excesso de chuva, como lembra o produtor Antolí Mello. “Foram 540 milímetros durante o mês de maio, geralmente é em torno de 130 a 170 milímetros o normal”, afirma. Segundo o triticultor, foi o maior índice de chuva dos últimos dez anos.
Hamilton Jardim, da Farsul, afirma que regiões gaúchas onde a cultura é tradicional, como os Campos de Cima da Serra, devem permanecer atendendo a esse mercado. Mas a maioria dos produtores do estado deve diminuir sensivelmente a área de plantio. “O trigo está no fundo do poço, é um cenário de acomodação e achatamento de preços em nível internacional”, diz.