A colheita de arroz está marcada para o final de fevereiro, mas a expectativa não é nada animadora. Em meio à crise, produtores vão colher uma das safras mais caras da história e já sabem que a produção vem bem menor já que o clima também não ajudou.
Na 28ª Abertura Nacional da Colheita do Arroz, realizada em fevereiro, possíveis soluções para a crise serão debatidas, segundo informou o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles. “Nós teremos uma reunião de produtores para que a gente possa externar um pouquinho o que a Federarroz vem planejando e o cenário que nós estamos calculando pro futuro e também ouvir um pouco os produtores”, disse.
O Brasil plantou uma área 5% menor nesse ciclo e, além disso, grande parte da lavoura do Rio Grande do Sul, que é o estado com maior produção, foi implantada fora do período ideal por causa da chuva. O resultado já é certo: o produtor vai colher uma safra menor. mais uma preocupação, para um setor que já está fragilizado.
Ao todo, serão pouco mais de oito milhões de toneladas de arroz colhidos em uma lavoura que teve custo histórico para o produtor. “Quando a gente olha uma diminuição de área, não seria uma preocupação porque estaria o produtor buscando uma adequação ao mercado. No entanto, quando a gente observa que existe uma expectativa de uma produtividade menor, esta sim vira uma preocupação, pois teremos menos produto por hectare para diluir aqueles custos elevados que estamos enfrentando”, falou.
Pressão
Mesmo que não conte com a presença de autoridades na abertura da colheita, o setor acredita estar próximo do governo. Nesta terça, representantes vão para Brasília pedir apoio ao Ministério da Agricultura para escoar a produção por meio de leilões de PEP e Pepro.
“Estamos indo amanhã, porque estamos nos aproximando do preço mínimo que é de R$ 36,01 e tudo indica que nós teremos um apoio muito forte do governo federal no setor orizícola”, disse Dornelles.