Saiba como ganhar mais dinheiro com a produção de leite

Com 35% da população brasileira intolerante à lactose, produtores e indústrias enxergaram na crescente demanda por itens “lacfree” uma oportunidade de valorizar a mercadoria e ganhar mais 

Fonte: Sepaf/MS

Com 35% da população brasileira intolerante à lactose, a demanda por produtos conhecidos como “lacfree” tem aumentado nos últimos anos. Em um mercado que já consegue suprir a demanda de 53 milhões de brasileiros intolerantes ao açúcar do leite, produtores e indústrias enxergaram no atual cenário uma oportunidade agregar valor ao produto.

De acordo com o gestor da agroindústria do Grupo Agronelli, Ronaldo Stacciarini, o investimento que a empresa fez há alguns anos deu tão certo que nos próximos meses eles vão passar a fabricar derivados do leite sem lactose.

Por outro lado, produtores de Uberaba, em Minas Gerais, já trabalham com animais para atender a demanda específica. A grande vantagem é que não necessário mudanças no sistema de produção das fazendas.

Fabricação
O investimento para a produção de leite sem lactose se resume principalmente na adição da enzima lactase, que vai promover a quebra da lactose. Esse pequeno grupo de substâncias orgânicas é bem semelhante a que já existe organismo humano. Como muitas pessoas tem dificuldade ou até mesmo não conseguem realizar a quebra em moléculas de açúcar, o leite sem lactose já vem com esse processo realizado.

O supervisor de lácteos da Agronelli, Marcelo Tomé, explica que se a indústria já tem uma estrutura para realizar o leite pasteurizado, só é preciso adquirir a enzima. “Você vai receber orientação do fabricante da enzima e conforme a informação que ele te der, você vai processar o leite de forma natural. Lembrando que as análises laboratoriais são importantes para garantir o controle da transformação da lactose em galactose e glicose”, explica.

Após a aplicação da enzima o processo pode variar de acordo alguns fatores. Se a indústria for trabalhar com os derivados,  é preciso fazer o leite em uma temperatura mais elevada. Se a produção for de pasteurizado, é preciso trabalhar com temperaturas entre 4°C e 5°C.

Valorização do produto
No caso da agroindústria Agronelli, o preço do leite sai cerca de 10% mais caro para o consumidor final. No entanto, essa alta não afeta o desempenho do setor, que tem um saldo positivo de 3% a 4% ao mês. O ponto positivo é que para adequar a produção à demanda crescente, grandes investimentos estruturais não são necessários..