O preço do frango resfriado caiu 11% em São Paulo como reflexo do menor consumo da população. Com essa variação, o prejuízo já chega aos produtores, já que as empresas integradoras estão atrasando o abate dos animais.
Em uma granja de Piracicaba, interior de São Paulo, o lote com 73 mil aves deveria ter sido enviado ao frigorífico na semana passada, mas a empresa integradora atrasou a remessa por causa da baixa procura pelo produto no mercado interno.
“A média do frango passou de 44 dias para 50 dias por causa da demanda do mercado. O mercado está lotado, já que o abate foi reduzido e o frango continua na granja para ganhar mais peso. Com isso, aumenta o custo com a energia, com manutenção da máquina e ração, pois o frango não engorda tanto”, disse o produtor de aves Ivan José Casarin.
Desvalorização
A demanda enfraquecida impactou os preços do produto no mercado interno. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o frango resfriado caiu 11% na grande São Paulo, no acumulado do mês. Já o frango congelado caiu 10,5%.
“O período de férias escolares contribui para isso, já que a merenda escolar é um grande componente no consumo de carne de frango no Brasil e esse período de janeiro, além das férias escolares, há uma demanda menor de carne por parte da população por causa do número elevados de contas a pagar, o que acaba comprometendo o bolso do brasileiro”, disse o analista de mercado Margos Iguma.
Segundo o especialista, no entanto, o preço deve voltar a subir em março. “Vamos ter um período complicado por conta do carnaval e as entregas estão no ritmo mais acelerado. Então, o preço tende a melhorar nesse início de fevereiro, mas recuperação deve vir só após esse período de festas”, cantou.