O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar preços estáveis e acomodados nesta quarta-feira, dia 14. O impasse entre pecuaristas e frigoríficos persiste, sem sinais de alteração desse panorama no curto prazo.
O escoamento da carne ainda flui com grande lentidão, desmotivando os frigoríficos a reajustar os preços de balcão. Em contrapartida os pecuaristas em geral ainda optam pela retenção, avaliando que as chuvas em bom nível mantêm as pastagens em boas condições.
Mercado atacadista
No atacado, os preços seguem acomodados e o cenário para esta semana pouco mudou. Os frigoríficos ainda se deparam com a lenta reposição entre atacado e varejo e buscam manter os estoques enxutos, evitando quadros de excedente de oferta.
São comuns os relatos de frigoríficos estudando a redução dos níveis de abate ou testando referências menores no mercado, visto que a oferta é sazonalmente crescente.
De acordo com a análise de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a carne com osso voltou a ser vendida abaixo do preço paga pelo boi gordo. O fato não ocorria há mais de um ano e ilustra a situação delicada das indústrias.
É possível observar também a falta de competitividade da carne bovina para com suas concorrentes. O nível de competitividade de carne bovina, por exemplo, em relação ao frango neste primeiro trimestre foi o pior dos últimos 3 anos. Frente ao suíno a diferença é grande, embora ainda não seja recorde, diz a XP Investimentos.