A colheita da safra 2017/2018 de soja caminha para sua reta final e com perspectivas positivas para o Brasil. Apesar das preocupações iniciais em função do atraso da semeadura e as constantes ameaças de efeitos climáticos decorrentes do fenômeno La Niña, o Rabobank estima produção de 114 milhões de toneladas, igualando o recorde do ano passado.
Problemas climáticos pontuais em algumas regiões produtoras devem fazer com que a produtividade média seja levemente inferior àquela observada no ciclo anterior, quando as condições climáticas foram extremamente favoráveis de forma generalizada. A manutenção da produção ocorrerá principalmente em função do aumento da área colhida de soja, estimada em 35 milhões de hectares, que é 1,1 milhão de hectares superior ao ciclo passado.
Os bons resultados da produção no Brasil contrastam com as expectativas para a Argentina, onde a pior estiagem em 30 anos nas regiões produtoras de soja deve resultar na menor safra dos últimos seis anos no país. A estimativa do Rabobank é que a produção argentina alcance 46 milhões de toneladas na safra 2017/2018, com viés para ser reduzida para um patamar próximo de 40 milhões de toneladas, caso as chuvas sigam escassas durante o mês de março.
A quebra de safra na Argentina é o principal fator que tem impulsionado os preços da soja em Chicago (CBOT). As cotações iniciaram o ano em patamares de US$ 9,60 por bushel e, com o aumento acumulado no ano de 10%, finalizaram fevereiro em US$ 10,60 por bushel.