IGC reduz estimativa da produção de soja na América do Sul

Queda de 16% da produção do continente pode colocar uma forte pressão sobre os estoques norte-americanosO Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) reduziu nesta terça, dia 29, a estimativa para a produção de soja na América do Sul pela 17ª vez desde setembro, elevando a queda para 16% na comparação anual. De acordo com a projeção revisada, a América do Sul deve produzir 114,4 milhões de toneladas de soja em 2011/2012.

A revisão para baixo, de 23 milhões de toneladas desde a primeira previsão em setembro e 1,5 milhão de toneladas em relação à do mês passado, foi feita devido à pela forte seca e por doenças, informou o IGC em relatório.

A queda de 16% da produção da América do Sul pode colocar uma forte pressão sobre os estoques norte-americanos.

– Com a colheita sul-americana quase terminada, agora é possível fazer uma análise melhor do impacto do clima seco sobre a produtividade – disse o conselho.
A Argentina deve produzir 41 milhões de toneladas de soja em 2011/2012, 1,9 milhão de toneladas abaixo da estimativa anterior e 16% menos em relação a 2011/2012, informou a instituição.

O IGC manteve sua projeção para a safra brasileira em 65,6 milhões de toneladas, uma queda de 13% ante a produção recorde de 75,3 milhões de toneladas em 2010/2011. As exportações brasileiras devem somar 35,7 milhões de toneladas no ano comercial que termina em 30 de setembro de 2012, alta de 19% na comparação anual, segundo o conselho. Os embarques argentinos devem chegar a 8,2 milhões de toneladas, um recuo ante os 9,2 milhões de toneladas de 2010/2011.

O IGC projeta uma produção global da oleaginosa com queda de 30 milhões de toneladas em 2011/2012, enquanto o comércio mundial deve diminuir em 2,3 milhões de toneladas, indicando um uso significativo dos estoques. Apesar do declínio da oferta global, os embarques totais à China, maior importador, devem subir 6%, para o recorde de 55 milhões de toneladas devido à alta demanda por ração animal e óleos vegetais, de acordo com o conselho.

O comércio de farelo deve crescer em 500 mil toneladas, para 57,4 milhões de toneladas, disse o IGC. As importações de soja da Europa devem cair 11%, para o menor patamar em vários anos, ou 11 milhões de toneladas, enquanto as importações de farelo devem ficar estáveis em 22,4 milhões de toneladas, informou a instituição.

As importações de farelo da Europa ainda estão relativamente altas, alinhadas à média dos últimos cinco anos, pois a redução das compras de soja e a oferta apertada de outras oleaginosas têm sustentado a demanda, acrescentou. As informações são da Dow Jones.