Alta na cotação do dólar afeta compra de fertilizantes

Especialistas recomendam a aquisição antecipada dos produtosCom a alta na cotação do dólar nas últimas semanas, produtores de soja e milho comemoram a maior competitividade dos produtos no mercado internacional, mas afeta a compra de fertilizantes, que são importados. Em maio, a alta nos preços chega a 15%.

Na propriedade do agricultor José Abarchele, em Campinas, interior de São Paulo, as 150 toneladas de fertilizantes para a safrinha de milho já chegaram. O pedido foi feito em janeiro, quando a safra de verão ainda estava para ser colhida.

As entregas de fertilizantes ao consumidor final somaram 1,55 milhão de toneladas em abril, alta de 13% sobre o mesmo período do ano passado. Segundo o diretor do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benedito Ferreira, a antecipação acontece porque os produtores temem pela alta nos preços dos fertilizantes.

Na mesma época de 2011, Abarchele gastava R$ 1,390 mil pela tonelada do composto mais utilizado nas lavouras de milho. Com a valorização do dólar, o valor saltou para R$ 1,560 mil a tonelada.

Para esta safra, o mercado estima que o consumo de fertilizantes no Brasil se equipare ou supere o recorde do ano passado, de 28,3 milhões de toneladas. Diante da oscilação da moeda americana, o conselho de especialistas para o produtor fica na hora de adquirir o produto. O ideal é comprar parcelado, em duas ou até três vezes, pois o dolár só deve começar a apresentar estabilidade entre julho e agosto.