– Nós estamos querendo virar a mesa, mas nada acontece. O nosso governo também tem que reagir, reclamar mais. Não pode deixar como está – afirma.
A carne suína brasileira está barrada na fronteira argentina desde o dia 1º de fevereiro. No dia 16 de março, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, esteve em Buenos Aires para tratar do assunto com o ministro argentino Norberto Yauhar. Na ocasião, ele anunciou que ambos haviam acertado uma cota de exportação da carne suína brasileira à Argentina de três mil toneladas mensais a partir de abril.
– Isso não se materializou. Sabemos que a Argentina está com falta do produto, mas a pressão política é maior – informa.
Por mês, de acordo com Camargo Neto, as exportações brasileiras variavam entre quatro mil e 4,5 mil toneladas e agora estão em 500 toneladas. Em 2011, na lista dos 10 maiores destinos da carne suína brasileira, a Argentina ocupava a quarta posição em volume e receita com participação ao redor de 8%. No primeiro trimestre deste ano, aparece em nono lugar em receita, com porcentual de 1,09%. No ranking por volume, sequer aparece.
O Estado do Rio Grande do Sul é o que mais sente o impacto dos entraves com a Argentina, pois, conforme Camargo Neto, era o que mais vendia ao país, principalmente corte de suínos.
– Óbvio que o setor sente o prejuízo em receita cambial, mas o principal problema é o direcionamento da matéria-prima para o mercado interno. O excesso de oferta está acarretando quedas de preços e prejuízos ao suinocultor – explica.