– É ótimo. Obtive de 8% a 12% de diferencial. Eu acho que todo mundo vai gostar – diz.
O engenheiro agrônomo responsável, Marcelo Ros, no entanto, reconhece que a estiagem impactou no resultado final da experiência.
– O período de seca foi de aproximadamente dois períodos de 17 dias, que ocorreram durante o florescimento e desenvolvimento dos legumes. Isso certamente causou o abortamento de vagens e flores, que comprometeram em maior ou menor grau o desempenho das variedades – explica.
Porém, ele acrescenta que as perdas provocadas pela seca foram compensadas pela redução do custo com aplicação de inseticida.
– As variedades intacta não receberam aplicação de inseticida dedicados à lagarta. Isso gera economia ao agricultor e benefícios ao meio ambiente. A gente está economizando o dispêndio de algumas moléculas tóxicas na natureza e tudo isso vai refletir em qualidade de vida para os produtores e benefícios ao meio ambiente. No fim das contas, produtividade e renda líquida para os produtores – avalia.
Os testes com as novas sementes foram realizados em 10 Estados e no Distrito Federal. De acordo com o gerente comercial da Monsanto, Rafael Carmona, esse é o maior experimento mundial já realizado pela empresa.
– O objetivo de fazermos esses testes localmente nas propriedades é para que, juntamente com os agricultores, possamos ver os benefícios que essa tecnologia traz e possamos posicionar localmente o produto. Temos em microrregiões, 10, 15 ou 20 áreas sendo plantadas em uma mesma microrregião, de maneira que tenhamos dados consistentes nas diferentes situações que ela apresenta. Para que possamos, com segurança, quando formos fazer o lançamento comercial da tecnologia, apresentar para o agricultor um posicionamento fino das variedades localmente da situação daquele agricultor – aponta.
A previsão é que a nova tecnologia chegue ao mercado a partir da safra 2012/2013. E apesar de já ter sido liberado pela CTNBio, o produto ainda depende uma autorização dos importadores, especialmente da União Europeia e da China, conforme Carmona.
– Dependemos ainda da aprovação de alguns dos principais mercados importadores, mas a nossa expectativa é que essas aprovações ocorram nos primeiros meses desse ano, para que possamos apresentar comercialmente essa tecnologia – pontua.
O desafio da empresa é produzir sementes para atender à demanda de produtores.
– A demanda por essa tecnologia, pelo menos no nosso ponto de vista, vai ser muito maior que a oferta. É natural. Será o primeiro ano. Então, teremos pequenos volumes para que os produtores comecem a experimentar a tecnologia em suas lavouras – afirma o profissional.
O resultado final dos experimentos em todo o Brasil deverá ser divulgado no mês de junho.