Mudança na tributação de têxteis importados deve melhorar desempenho da indústria nacional em 2012, diz ABIT

Para o diretor superintendente da Associação, Fernando Pimentel, o governo reconheceu as dificuldades que o setor enfrentaO Brasil pediu à Organização Mundial do Comércio para modificar a tributação de produtos têxteis importados. De acordo com anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em vez da cobrança que incide sobre um percentual no valor do produto trazido do Exterior, o país adotará o sistema com um valor absoluto a ser pago sobre a mercadoria adquirida fora do país. Essa medida, segundo o ministro, tem o objetivo de proteger a indústria nacional.

Para o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel, o governo reconheceu as dificuldades que o setor enfrenta e está tentando criar medidas para melhorar a competitividade no mercado mundial.

– Dificuldades que não são derivadas de incompetência dos trabalhadores ou dos empresários, ou por falta de investimentos. São derivadas de um quadro mundial bastante complexo, em que as economias centrais encontram-se em recessão. Existem grandes excedentes produtivos no mundo, e os países asiáticos, com destaque para a China, são os maiores produtores e exportadores desses produtos. O que nós estamos mostrando com clareza é que a indústria de confecção do país, que é a quarta maior do mundo, é um setor que saiu de um crescimento em 2010 para uma profunda queda. Nós crescemos em torno de 5% em 2010 e estamos regredindo, esse ano, 15%na área têxtil e em torno de 4% na indústria de confecção. Precisamos de medidas isonômicas para competir no mercado mundial retraído. O ministro, ao anunciar medidas de defesa comercial legítimas, reconhece essa situação, e a partir disso, o governo determina processos de ações que estão inseridos dentro das regras mundiais.

Com a adoção das medidas propostas pelo governo, Pimentel espera que o setor recupere sua trajetória de crescimento em 2012.

– Esperamos que com essas medidas, e com a agenda de competitividade interna, o setor retome a trajetória de crescimento e não perca 15% de produção com está perdendo esse ano.

Veja a entrevista completa de Fernando Pimentel no Rural Meio-Dia: