Novo Código Florestal viabiliza investimentos, diz presidente da Bracelpa

Segundo Elizabeth de Carvalhaes, produção de 2011 deve permanecer estável em relação ao ano passadoO texto do Código Florestal aprovado pelo Senado, e em processo de análise pela Câmara, foi bem recebido pela indústria de papel e celulose. Segundo a presidente da Bracelpa, principal entidade do setor, Elizabeth de Carvalhaes, os termos aprovados pelos senadores permitirão ao setor cumprir os planos de investir aproximadamente US$ 20 bilhões ao longo dos próximos anos.

– Esses investimentos necessitavam de segurança jurídica – afirmou.

As incertezas em relação à votação da matéria estagnaram os investimentos nesse ano. Segundo Elizabeth, a produção deve ficar estável em relação ao ano passado, em 9,8 milhões de toneladas de papel e 14,2 milhões de toneladas de celulose. As exportações  em volume também não cresceram, mas  a receita registrou alta de 6,4% em relação a 2010. A crise na Europa preocupa o setor. A região é destino de 46% da celulose exportada. E uma retração econômica lá seria sentida rapidamente pelo Brasil.

Na visão da executiva, o texto do Código apresenta equilíbrio entre a conservação e a atividade produtiva no Brasil, assim como representa uma “linha legal sólida para o desenvolvimento do país”. O setor de papel e celulose prevê mais do que dobrar a atual área de florestas plantadas, de sete milhões de hectares para mais de 14 milhões de hectares até o final da década.

Mas se por um lado o conteúdo aprovado recebe apenas elogios, a demora na votação foi duramente criticada por Elizabeth.

– Não vejo razões plausíveis que justifiquem a não votação em 2011 -disse. Estima-se que a votação do projeto pela Câmara ocorra apenas em março do próximo ano.

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Estrangeiros

Resolvida a situação do Código Florestal, o tema que deve voltar às mesas de discussões é a decisão do governo brasileiro de restringir o investimento de grupos estrangeiros em terras no território brasileiro. Durante entrevista coletiva para falar sobre as projeções de encerramento de ano do setor, Elizabeth destacou que espera que o tema seja resolvido, a fim de evitar que o Brasil perca investimentos importantes no setor.

Da mesma forma, a executiva aguarda novidades em termos da ampliação do controle ao uso do produto imune usado ilegalmente. O objetivo da entidade é expandir o sistema (conhecido como Recopi) aplicado apenas em São Paulo para todo o país. O tema deverá ser discutido em reunião do Confaz prevista para esta quarta, dia 13, segundo Elizabeth.

Outro tema que a Bracelpa pretende levar à discussão ao longo de 2012 é a extensão do Reintegra para o mercado de celulose. O projeto que concede incentivo fiscal à exportação de produtos manufaturados beneficia os fabricantes de papéis, mas não contempla a produção de celulose.

– Continuamos a esclarecer o governo sobre a produção de celulose e a negociar – revelou a executiva.

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