Saiba tudo sobre o 8º dia de greve dos caminhoneiros

Confira em tempo real as principais notícias sobre a paralisação do setor

Fonte: Lucas Beber/ Arquivo pessoal
  • Bahia Farm Show é adiada para o mês de junho

A organização da Bahia Farm Show 2018 divulgou no site oficial da feira, na tarde desta segunda, dia 28, um comunicado informando um novo período para realização do evento: 5 a 9 de junho. A abertura oficial já havia sido postergada desta terça, dia 29, para quarta-feira, dia 30. No entanto, a continuidade da paralisação nacional dos caminhoneiros fez com que a com  que a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), entidade organizadora da feira, em comum acordo com os expositores, decidisse por maior adiamento para garantir o bom funcionamento do evento, o conforto e a segurança do público e das empresas.

“Apesar de estarmos com boa parte dos espaços montados, consideramos que alguns estandes ainda não chegaram, assim como máquinas e equipamentos que estão parados em bloqueios nas estradas. Agimos com bom senso e compreensão de toda a situação, que da forma como está, hoje, inviabilizaria o funcionamento da feira, sem combustíveis e abastecimento de insumos prioritários. Essa decisão é unânime também entre os expositores”, explica o presidente da Aiba, Celestino Zanella.

  • Celulose Irani paralisa operações devido a impactos da greve

A Celulose Irani diz que adotou todas as medidas para minimizar os impactos da greve dos caminhoneiros, mas foi obrigada a paralisar as suas operações nos Segmentos de Papel para Embalagens, Embalagem de Papelão Ondulado e Florestal e Resinas. Em fato relevante, a empresa diz que informará o mercado sobre os desdobramentos deste cenário, incluindo a retomada das suas atividades.

  • No RS, perda diária é de 8 milhões de litros de leite por dia

O Conselho Paritário de Produtores e Indústrias (Conseleite) do Rio Grande do Sul se disse preocupado com a continuidade dos bloqueios de cargas nas estradas. “Apesar das Medidas Provisórias (MPs) publicadas ainda na noite de domingo pelo presidente Michel Temer com concessões aos caminhoneiros, diversas cargas seguem retidas nas estradas do Rio Grande do Sul, entre elas caminhões tanque de leite cru e insumos para as indústrias”, afirmou, em nota. Na avaliação da entidade, diariamente a perda é de cerca de 8 milhões de litros de leite.

  • Perda de setor produtivo de limão pode superar R$ 14 milhões

O setor produtivo de limão tahiti estima que as perdas com a produção da fruta colhida e sem possibilidade de escoamento no Estado de São Paulo superem R$ 14 milhões. Segundo estimativa do presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga (SP) e membro da Câmara Setorial da Citricultura, Marco Antonio Santos, cerca de 300 mil caixas (de 27,2 quilos) de limão foram colhidas e estão em casas de armazenagem (packing houses).

Outras 60 mil caixas estão em caminhões parados nas rodovias, sem qualquer proteção para não apodrecerem, ou em contêineres refrigerados para exportação.

  • CNA pede ao governo escolta para transporte da produção agropecuária

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pede ao governo a “intensificação da escolta” para o transporte de produtos perecíveis, carga viva e insumos para alimentação de animais em todo o País. Em ofício aos ministros da Segurança Pública, Raul Jungmann, e da Defesa, Joaquim Silva e Luna, o presidente da CNA, João Martins, diz que o setor agropecuário acumula prejuízos “que ultrapassam bilhões de reais”. A entidade pede urgência e prioridade para a escolta dos produtos perecíveis e insumos para evitar a continuidade da morte “de milhões de animais e o desabastecimento da sociedade brasileira”. “Os danos causados ao setor agropecuário estão tomando proporções irreparáveis, sob o ponto de vista econômico, social e ambiental”, diz Martins.

  • Freio de Ouro: classificatória de Uruguaiana (RS) é adiada

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) comunicou nesta segunda-feira, dia 28 que a Classificatória ao Freio de Ouro da Região Norte, que seria realizada a partir desta semana em Uruguaiana (RS), será transferida para o período de 14 a 17 de junho. Saiba mais.

  • Associação de produtores de suínos diz que paralisação ‘perdeu legitimidade’

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) divulgou comunicado à imprensa no qual considera que a paralisação dos caminhoneiros “já perdeu sua legitimidade”. Conforme a entidade, “essa manifestação tem colocado em risco a saúde, a alimentação, a segurança e o bem-estar dos consumidores e dos animais, que dependem de uma inter-relação de serviços e mão de obra de todo o país, cujo cotidiano tem sido severamente afetado”.

A ABCS informa que o impacto para a suinocultura no Brasil já atinge 20 milhões de suínos, os quais não estão recebendo alimentação suficiente. Há 167 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas e mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas. Leia a reportagem completa.

  • Após acordo, Federação do Paraná pede retomada do abastecimento de granjas

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) enviou nota nesta segunda pedindo a retomada do abastecimento de granjas, já que as reivindicações do setor caminhoneiro foram atendidas.

“No campo é hora de permitir que a produção agropecuária retome a normalidade, por exemplo, que as granjas de aves e suínos e a pecuária de leite recebam a ração necessária para alimentação dos animais e que os produtores rurais possam levar livremente a sua produção ao mercado”, informou.

  • Não há disponibilidade para mais reduções nos combustíveis, diz Fazenda

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda que o governo trabalha ativamente na elaboração de duas medidas provisórias (MPs) para compensar despesas resultantes da negociação com os caminhoneiros. 

Uma vai criar um programa de subvenção federal e a outra tem a finalidade de abrir crédito extraordinário. Ele reiterou que para garantir o atendimento às demandas dos caminhoneiros, o governo deve ter despesa em torno de R$ 9,5 bilhões/ano.

Ele informou ainda que não há “disponibilidade fiscal” por parte do governo para fixar mais reduções de preços de combustíveis. Ele lembrou que o preço do petróleo é fixado internacionalmente.  

  • Operações no Porto de Santos continuam prejudicadas por protestos

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou na manhã desta segunda-feira que o fluxo das operações no Porto de Santos permanece prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros, que chega ao oitavo dia.

“Com o comprometimento do acesso de veículos rodoviários de carga às instalações portuárias, verifica-se redução de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais”, diz a Codesp, por meio de nota.

As operações de carga e descarga de navios, no entanto, ainda continuam a ser realizadas. 

  • Associação Brasileira dos Caminhoneiros confirma acordo e pede fim da paralisação

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) confirmou nesta segunda a assinatura do acordo para pôr fim à paralisação dos caminhoneiros autônomos. 

“Conseguimos parar este país e sermos reconhecidos pela sociedade brasileira e pelo governo. Nossa manifestação foi única, como nunca ocorreu na história. Seremos lembrados como aqueles que não cederam diante das negativas do governo e da pressão dos empresários do setor. Teremos o reconhecimento da nossa profissão, de que nosso trabalho é primordial para o desenvolvimento deste país. Voltem com a sensação de missão cumprida, mas lembrando que a luta não termina aqui”, disse o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes.

  • Governo publica Medidas Provisórias que instituem política de preço mínimo do frete

O governo publicou, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), três medidas provisórias (MPs), anunciadas pelo presidente Michel Temer e negociadas com os caminhoneiros.

O ponto alto está na MP 832 que institui a chamada Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. É a medida que estabelece a tabela mínima para o frete. Não há valores nem percentuais, mas detalhes sobre como os números serão negociados.

A MP 833 é a que determina que os veículos de transporte de cargas que circularem vazios ficarão isentos da cobrança de pedágio sobre os eixos que mantiverem suspensos. A medida vale para todas as rodovias do país.

A MP 831 define que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contratará transporte rodoviário de cargas, com dispensa do procedimento licitatório, para até 30% da demanda anual de frete da empresa. A medida interfere principalmente na ação dos caminhoneiros autônomos.

  • ABPA: 64 milhões de aves já morreram

A entidade anunciou que a mortandade animal já é uma realidade devido à falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração. 

“Um bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente. Com risco de canibalização e condições críticas para os animais, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil.  Milhões de suínos também estão ameaçados”, informou em nota.

Segundo a ABPA, 67 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas e mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas.

“A situação é caótica não só para o mercado nacional. Aproximadamente 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser exportadas na última semana. O impacto na balança comercial já é estimado em 350 milhões de dólares”, disse.

  • Greve dos caminhoneiros pode gerar problemas sanitários nas granjas

A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) destacou o estado abarrotado das granjas. A entidade afirma que os prejuízos podem ir muito além, causando até mesmo problemas sanitários. 

“A desnutrição dos animais alojados afeta diretamente o bem-estar animal e coloca em risco a sanidade, já que sem nutrição a imunidade cai, abrindo portas para enfermidades. Além disso, o correto descarte de resíduos de produção está impossibilitado, e pode provocar impacto ambiental”.

  • Leite: prejuízo do Rio Grande do Sul chega a R$ 40 milhões 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat) estima prejuízo de R$ 40 milhões com a perda de 32 milhões de litros de leite cru entre quinta e domingo, devido à greve dos caminhoneiros. 

  • Setor de frutas tem prejuízo de R$ 310 milhões

O Diretor Técnico da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge Sousa, informou que a o setor teve nesta última semana um perda de R$ 310 milhões por conta da paralisação dos caminhoneiros.  Manga, melão, melancia, mamão, limão, uva, maçã, banana e laranja, entre outras estão entre os produtos perdidos. 

De acordo com Sousa, só na terça-feira passada, dia 22, quando foi deflagrada a greve, cerca de 100 caminhões carregados com frutas que saíram com destino aos portos ficaram parados nas rodovias. Por outro lado, os produtores tiveram perdas na lavoura com as frutas que não foram colhidas.