Relatório do USDA faz preço da soja subir em Chicago

Queda acima do esperado na safra argentina surpreendeu e provocou elevação nos preços no pregão de terça-feira

Fonte: Pixabay

O mercado brasileiro de soja teve um dia mais calmo nesta terça-feira, com preços oscilando regionalmente. A queda do dólar e a volatilidade de Chicago, que fechou apenas com ganhos moderados, afastaram os negociadores.

Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago(CBOT) fecharam a terça-feira com preços mais altos. O mercado foi sustentado pelo relatório positivo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e por novas vendas de soja americana.

Os números de abril do USDA agradaram ao mercado. O Departamento indicou previsões abaixo do esperado para os estoques americanos e mundiais e cortou mais do que o projetado a previsão de safra da Argentina. Além disso, a estimativa de exportações americanas foi mantida, mesmo com a tensão comercial entre Estados Unidos e China.

Os exportadores privados anunciaram novas vendas de soja americana. Foram 132 mil toneladas para a China, 279 mil toneladas para destinos não revelados e 120 mil toneladas para a Argentina. Essa última operação surpreendeu, já normalmente a Argentina é concorrente dos Estados Unidos no mercado internacional. A procura já reflete um quadro de oferta enxuta no país sul-americano, resultado da quebra de safra por conta da estiagem.

USDA

O relatório de abril do USDA reduziu sua estimativa para os estoques de soja dos Estados Unidos, com os números ficando abaixo do esperado pelo mercado. A produção foi mantida em 4,392 bilhões de bushels, o equivalente a 119,52 milhões de toneladas. No ano anterior, a produção ficaram em 116,92 milhões de toneladas.

Os estoques finais em 2017/18 estão projetados em 550 milhões de bushels, ou 14,97 milhões de toneladas. O mercado trabalhava com um número de 570 milhões de bushels, ou 15,5 milhões de toneladas. Em março, a estimativa era de 555 milhões de bushels ou 15,1 milhões de toneladas.

O USDA indica estimativa de exportação para 2017/18 de 2,065 bilhões de bushels, repetindo março. O esmagamento está estimado em 1,97 bilhão de bushels, contra 1,96 bilhão do mês anterior.  

O relatório projetou safra mundial de soja em 2017/18 de 338,81 milhões de toneladas. No relatório anterior, o número era de 340,86 milhões. Os estoques finais foram reduzidos de 94,4 milhões de toneladas para 90,8 milhões.

A projeção do USDA aposta em safra americana de 119,52 milhões de toneladas, sendo mantido o número de março. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 115 milhões de toneladas, contra 113 milhões de toneladas em março.

A previsão para a Argentina recuou de 47 milhões para 40 milhões de toneladas. Pelo lado da demanda, destaque para a manutenção da previsão das importações chinesas na casa de 97 milhões de toneladas.